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Coordenador da seleção de ginástica diz que assédio era tratado como boato
Coordenador-chefe da seleção brasileira de ginástica artística, Marcos Goto afirmou nesta terça-feira que os supostos casos de assédio cometidos pelo técnico Fernando de Carvalho Lopes eram tratados como boatos, inclusive entre os ginastas. O coordenador foi acusado por diversos atletas, sob condição de anonimato, de saber dos casos sem tomar providências. Ele ainda teria ironizado algumas situações que teriam ocorrido no clube Mesc, de São Bernardo do Campo. Os casos foram revelados pelo Fantástico, da Rede Globo, no domingo.
“Os fatos narrados nessa matéria, que ocorreram há mais ou menos 12 anos, como foi dito por vários declarantes, eram tratados como boatos e podem ter gerado algum tipo de gracejo na época por muitos envolvidos na ginástica, inclusive entre os próprios atletas oriundos de São Bernardo do Campo, acolhidos por mim em São Caetano do Sul. Tanto parecia boataria que alguns atletas, alguns inclusive ouvidos na matéria, retornaram a treinar em São Bernardo com o mesmo treinador aqui dito”, afirmou Goto, em vídeo divulgado nesta terça.
Na última segunda-feira, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) informou em nota que ouviria Marcos sobre as acusações e que tomaria “medidas urgentes”. Gotto afirmou que não prestava serviço para a CBG na época em que os fatos teriam ocorrido.
“Sobre a nota emitida pela CBG, serve esta declaração como a única que darei sobre esses fatos, visto que na época não prestava serviço a mesma, sendo única e exclusivamente um treinador do meu clube, assumindo a coordenação técnica das seleções brasileiras em 2017. Acho leviano o tom da matéria em relação à minha pessoa, onde o principal foco foi esquecido e os verdadeiros responsáveis e omissos estão acobertados”, afirmou.
A denúncia contra o técnico Fernando de Carvalho foi feita na edição de domingo do programa Fantástico, da TV Globo. O treinador negou todas as acusações e afirmou que “tem a consciência tranquila” e que quem o acusa “vai ter que provar na Justiça”.
De acordo com a reportagem, Fernando de Carvalho Lopes teria cometido os abusos sexuais durante vários anos em treinos, testes físicos e ainda em viagens com vários atletas. A polícia passou a investigar o caso a partir da denúncia de um garoto de 13 anos, identificado como a primeira vítima a relatar o fato.
Fernando de Carvalho Lopes já havia sido afastado da seleção brasileira da modalidade um mês antes do início dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, quando surgiram as primeiras acusações. O treinador sempre trabalhou com as categorias de base, começou no vôlei e mudou para a ginástica.
O Mesc explicou que não havia afastado o treinador anteriormente por falta de provas. Mas que sempre se preocupou com a situação, tanto é que mudou sua atividade dentro do clube. Na segunda-feira, Fernando foi afastado.
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