Política
Apoiadores de Lula vão marchar 560 km durante 40 dias
Integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) preparam uma marcha de Presidente Prudente, no extremo oeste do Estado de São Paulo, até a capital paulista, em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em 7 de abril após ser condenado na operação Lava Jato.
A jornada de 560 quilômetros deve durar cerca de 40 dias e, segundo o líder da FNL, José Rainha Junior, vai começar com 500 militantes. “Ao longo do percurso, vamos receber adesões e engrossar as fileiras”, disse. O Movimento Social de Lutas (MSL) também participará da maratona.
A partida está marcada para o dia 21 de maio, após concentração no Parque do Povo, em Presidente Prudente. A caminhada seguirá pelas rodovias Raposo Tavares, Orlando Quagliato e Castelo Branco, com paradas em cidades ao longo do percurso. Na chegada à capital, está previsto um ato na Avenida Paulista, com participação de sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimentos de sem-teto.
De acordo com Rainha Junior, o objetivo é chamar a atenção da sociedade para as ameaças à democracia, no momento em que o País tem um presidente não eleito pelo povo, e que o ex-presidente foi julgado e condenado sem provas para ficar inelegível. “Acabamos de ver o Supremo retirar parte da competência do juiz Sérgio Moro para julgar o caso do sítio de Atibaia. No entanto, ele prendeu Lula pelo triplex do Guarujá que, por analogia, era um caso que ele também não poderia julgar”, disse.
Conforme o líder dos sem-terra, a marcha vai acontecer mesmo que o ex-presidente seja libertado. “Sabemos que a perseguição vai continuar, pois há outros processos em que ele também pode ser condenado. Além da liberdade de Lula, vamos defender a liberdade das pessoas e o estado democrático”, disse.
Em 2014, no governo da petista Dilma Rousseff, cerca de 300 militantes da FNL, segundo a Polícia Rodoviária, marcharam 500 quilômetros, desde Assis, no oeste, até São Paulo, em protesto contra a paralisia da reforma agrária. Na capital, os manifestantes se juntaram a militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) para um ato na Paulista.
Autor: José Maria Tomazela
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