Variedades

Todos os cantos do mundo na arte de Badi Assad

12/04/2018

Em 2014, Badi Assad recebeu um convite um tanto inusitado; inaugurar o blog da revista Top Magazine, escrevendo sobre músicos e cantores escolhidos livremente por ela. Badi passou um ano escrevendo sobre artistas de etnias, lugares, épocas e estilos diferentes. “Nossa, era uma coluna semanal. Fui pegando a tarimba de escrever, já que nunca tinha feito um trabalho assim. E precisava conciliar com minhas viagens”, conta ela à reportagem, que nesta quinta-feira, 12, faz o pré-lançamento do livro Volta ao Mundo em 80 Artistas (Pólen Livros, 232 págs., R$ 46,90) e show no Jazz nos Fundos, em Pinheiros, a partir das 21h30.Depois de um ano criando os textos para o blog, veio o desafio maior: Escrever sobre cantores e músicos selecionados pela própria revista. “Eles queriam que falasse dos artistas internacionais que estavam vindo fazer show no Brasil”, explica. O problema era que parte desses artistas, ela nunca tinha parado para prestar atenção, não fazia parte do seu universo, mesmo ele sendo amplo e diversificado musicalmente. “Lembro que um desses cantores era o britânico Ozzy Osbourne. Fui lá, fazer o dever de casa, ver as coisas dele, inclusive um reality show que ele fazia com a família, entrevistas e ouvir suas músicas. “Todos os 80 artistas que estão na seleção final da obra, foram pessoas que me influenciaram, que admiro muito e com quem tenho identificação.”A cantora, violonista e compositora Badi Assad vem de uma família de músicos. O pai, Jorge, descendente de libaneses e italianos, tocava bandolim. A mãe, Angelina, é cantora de música popular. Os irmãos, Sérgio e Odair, são violonistas eruditos e formam o Duo Assad, com uma destacada carreira internacional. Além dos sobrinhos, filhos dos irmãos, que seguiram a carreira musical da família. Badi acompanhou os passos dos irmãos e foi morar nos Estados Unidos, em 1998, para investir na carreira internacional, que vinha acontecendo desde 1989, quando ela lançou o álbum Dança dos Tons nos EUA.Nas viagens pelos quatro cantos do mundo, para se apresentar primeiro como instrumentista e depois também como cantora, ela foi conhecendo artistas tão variados e incomuns, que aguçaram ainda mais sua já enorme curiosidade e necessidade de experimentações artísticas. “Tive o prazer de me apresentar com alguns desses artistas que incluí no livro ou de conhecê-los pessoalmente. Outros, não tive a oportunidade, infelizmente, de conhecer”, lamenta ela.Badi lembra que quando o cantor inglês Sting veio ao Brasil, para fazer show em maio de 2017, ela escreveu sobre a vinda dele para sua coluna na Top Magazine. E foi ver sua apresentação, mas não conseguiu chegar perto dele.”Ele é um lorde nesse universo pop, ele se diferencia pela riqueza e complexidade de suas músicas. É um artista aberto para todos os cantos do mundo. Ele já fez trabalhos sobre a música barroca, a música indígena, etc., que incorporou ao seu universo pop”, avalia.BADI ASSAD Jazz nos Fundos. R. Cardeal Arcoverde, 742; 3088-0645. 5ª (12), 21h30. Ingresso + livro R$ 60 (venda antecipada) e R$ 70 (na porta) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autor: Amilton Pinheiro, especial para o Estado
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