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EUA: democratas divulgam memorando sobre investigação do FBI sobre a Rússia
Deputados democratas da Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos divulgaram neste sábado um memorando sigiloso que rebate as alegações do Partido Republicano de que o FBI abusou de seu poder na investigação sobre a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016.
A divulgação ocorre após semanas de discussões sobre o que seria editado no documento. Em 9 de fevereiro, a Casa Branca se opôs à divulgação, citando questões de segurança nacional. Por isso, os democratas tiveram de voltar a negociar com o FBI para decidir o que seria ocultado no memorando.
O presidente dos EUA, Donald Trump, não demonstrou a mesma preocupação com um memorando sigiloso escrito por republicanos, que ele liberou para divulgação em 2 de fevereiro apesar de forte objeção do FBI. Naquele documento, os republicanos criticam o FBI e o Departamento de Justiça por terem usado informações obtidas com o ex-espião britânico Christopher Steele para conseguir uma ordem judicial para monitorar Carter Page, um assessor de política externa da campanha de Trump em 2016.
O memorando democrata tenta enfraquecer e contextualizar alguns dos principais pontos do documento republicano, como a afirmação de que o FBI e o Departamento de Justiça obtiveram a ordem judicial sem revelar as inclinações anti-Trump de Steele ou que seu material foi parcialmente financiado pela campanha de Hillary Clinton e pelo Comitê Nacional do Partido Democrata. O memorando democrata alega que autoridades federais foram informadas sobre a motivação política daqueles que contrataram Steele para que ele elaborasse seu dossiê.
O documento divulgado neste sábado também afirma que as suspeitas do FBI sobre Carter Page são anteriores ao dossiê de Steele, e que o monitoramento de suas comunicações revelou detalhes de atividades suspeitas durante a campanha presidencial de 2016, como uma viagem a Moscou para um discurso em uma universidade.
Trump disse que o memorando republicano o absolve na investigação liderada pelo procurador especial Robert Mueller. Mas republicanos e democratas no Congresso, incluindo o presidente da Câmara, Paul Ryan, e o deputado Try Gowdy, da Carolina do Sul, disseram que o documento não deveria ser usado para desacreditar Mueller.
Divergências partidárias na Comissão de Inteligência se intensificaram no último ano. Democratas alegam que os republicanos não estão levando a investigação a sério, e que o memorando republicano foi divulgado para desviar a atenção dos trabalhos.
O principal democrata na Comissão de Inteligência, Adam Schiff, da Califórnia, disse que o memorando divulgado neste sábado deve “acabar com qualquer preocupação que o povo americano possa ter” quanto à conduta do FBI, do Departamento de Justiça e do tribunal que deu a ordem judicial. Essa ordem foi obtida sob a Lei de Vigilância de Inteligência Externa (FISA).
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que o memorando democrata tem motivação política e não responde às questões levantadas anteriormente no documento republicano.
No Twitter, o presidente Donald Trump disse que a resposta democrata é incriminadora, tanto em termos políticos quanto legais. “Apenas confirma todas as coisas terríveis que foram feitas”, escreveu. Fonte: Associated Press.
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