Brasil

Estaleiro subornou Petrobras no governo FHC, diz jornal

27/12/2017
Estaleiro subornou Petrobras no governo FHC, diz jornal

O estaleiro de Cingapura Keppel Fels, um dos maiores fornecedores da Petrobras, afirmou, em acordo assinado com três países, que houve uso de propina para ganhar contratos na época do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para a construção da plataforma P-48 da estatal.

A notícia foi divulgada nesta quarta-feira (27) pelo jornal “Folha de São Paulo”. Segundo a publicação, o suborno de US$300 mil teria sido pago em 2001 e 2002 para “funcionários do governo”, de acordo com o documento que está no Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Em outras delações dos superintendentes do estaleiro, já havia sido citado o pagamento de propina para conseguir contratos com a Petrobrás, nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, que giraram em torno de US$ 13,3 milhões.

Contudo, o valor pago durante o governo FHC chegou a US$800 milhões.
No acordo de leniência – uma espécie de delação feita por empresas – consta ainda que o Keppel Fels pagou um total de US$55,1 milhões ao PT e executivos da Petrobras ligados ao partido entre 2003 e 2012, num total de cinco contratos. O montante equivale a R$182,6 milhões em valores atuais.O estaleiro fez esse tipo de acordo com Brasil, Estados Unidos e Cingapura e pagou uma multa de R$1,4 bilhão.

Ainda de acordo com o jornal, havia um esquema regular para fazer a propina chegar ao PT. A empresa tinha contratos falsos de consultoria com o engenheiro Zwi Skornicki. Ele recebia os recursos e os repassava para Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, Renato Duque, ex-diretor da estatal, e para o partido.

O dinheiro para o PT era repassado por meio do tesoureiro João Vaccari Neto, segundo Skornicki, que fez um acordo de delação. Segundo a apuração da “Folha de São Paulo”, essa não é a primeira vez que delatores falam em propina na Petrobras durante o governo FHC. Barusco já chegou a dizer que recebeu suborno em 1997 ou 1998 da multinacional holandesa SBM. (ANSA)