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Chefe da máfia Cosa Nostra está à beira da morte
O chefe da máfia Cosa Nostra Salvatore “Totò” Riina, que completa 87 anos nesta quinta-feira (17), está à beira da morte.
Condenado a 26 penas de prisão perpétua, Riina está internado na ala penitenciária do Hospital de Parma e se encontra em coma há vários dias, após ter passado por duas cirurgias.
O “boss” comandou o célebre clã dos Corleone entre 1982 e 1993, quando foi preso, e é considerado o mais sanguinário dos mafiosos italianos, tendo instaurado um período de terror na Sicília.
Para procuradores e políticos, Riina continua sendo o líder indiscutível da Cosa Nostra. Em junho passado, a Corte de Cassação, espécie de tribunal supremo da Itália, havia emitido uma sentença dizendo que até o mafioso merecia uma “morte digna”.
A decisão foi uma resposta a um recurso dos advogados de Riina que pedia a anulação das penas ou sua transferência para o regime domiciliar devido a seu delicado estado de saúde – ele sofre de problemas neurológicos e renais.
A Cassação anulou uma sentença do Tribunal de Vigilância Penal de Bolonha contra o pedido da defesa e ordenou que o caso fosse reavaliado pela mesma corte, que manteve sua decisão, alegando que o mafioso estava sendo bem tratado.
Riina foi preso em 15 de janeiro de 1993, depois de 24 anos foragido, e é submetido ao regime “41 bis”, que permite a suspensão das regras normais de tratamento em penitenciárias e mantém o preso em isolamento constante.
O chefe da Cosa Nostra foi condenado à prisão perpétua por dezenas de homicídios e atentados, como aqueles que mataram os juízes antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, em 1992. Foi sua a escolha de lançar uma ofensiva armada contra o Estado no início dos anos 1990, período marcado por recorrentes explosões provocadas pela máfia nas principais cidades italianas.
Riina nunca deu sinais de arrependimento e, apenas três anos atrás, mesmo na cadeia, se vangloriava do assassinato de Falcone e ameaçava matar outros magistrados. Após sua prisão, a liderança da Cosa Nostra fora das grades passou para Bernardo Provenzano (1933-2016), que iniciou a “pacificação” entre as várias facções da máfia.
O último processo contra Riina – ainda em curso – é aquele sobre as supostas relações entre o Estado e a máfia, no qual é acusado de ameaçar políticos. O caso analisa a suspeita de que o Estado tenha oferecido relaxamento de sentenças a mafiosos em troca do fim dos atentados cometidos pela Cosa Nostra.
Em janeiro passado, Riina surpreendeu promotores ao aceitar ser interrogado, o que seria algo inédito, mas ele acabou voltando atrás poucos dias depois, alegando problemas de saúde. Desde que foi preso, o “boss” só deu declarações espontâneas e nunca se submeteu a um interrogatório.
Nas últimas semanas, ele foi operado duas vezes, e os médicos já disseram que ele dificilmente superará as cirurgias. (ANSA)
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