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Ex-presidente do Peru é preso por escândalo da Odebrecht
Um juiz peruano decretou nesta quinta-feira (13/07) a prisão preventiva do ex-presidente Ollanta Humala e sua esposa, Nadine Heredia, investigados sob suspeita de terem recebido milhões de dólares da Odebrecht em propina. Acusados de lavagem de dinheiro e conspiração, ambos devem ficar presos preventivamente por 18 meses. O casal já se apresentou à Justiça peruana.O magistrado Richard Concepción Carhuancho aceitou o pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público. O juiz afirmou que existem evidências substanciais contra o político esquerdista e a esposa sobre o crime de lavagem de dinheiro.
Segundo o juiz, as provas apresentadas pela promotoria permitem presumir que o casal recebeu dinheiro da embaixada da Venezuela e da construtora brasileira Odebrecht e, com alto grau de probabilidade, colocou a quantia nas campanhas eleitorais de 2006 e 2011, respectivamente.
Um total de 3 milhões de dólares teria sido pago pela Odebrecht em troca de um contrato para construir um oleoduto no país. Além de financiar as campanhas, o dinheiro ilícito proveniente do Brasil e da Venezuela teria sido usado para lucro pessoal.
O juiz considerou sua decisão “idônea e necessária”, e “proporcional” aos crimes praticados. A prisão preventiva evitará que o casal dificulte a coleta de provas. A acusação havia argumentado que os dois podiam fugir do Peru.
A defesa de Humala, por sua vez, considerou a decisão arbitrária. Mesmo assim, o ex-presidente e a esposa se apresentaram à Justiça para cumprir a pena.
Outros presidentes com problemas na Justiça
A Odebrecht admitiu perante as autoridades dos Estados Unidos ter entregado subornos de 29 milhões de dólares no Peru entre 2005 e 2014, período que abrange os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016).
O mesmo juiz que decidiu pela prisão preventiva de Humala e da esposa havia ordenado a detenção de Toledo em conexão com o caso Odebrecht. O ex-presidente se encontra nos EUA e contesta uma ordem de deportação. Ele é acusado de receber 20 milhões de dólares da Odebrecht para facilitar os negócios da construtora no país.
Humala também passou a ser o segundo ex-presidente do país detido, após Alberto Fujimori, que governou de 1990 a 2000, ser condenado a 25 anos de prisão por vários casos de corrupção e violações aos direitos humanos cometidos em seu mandato.
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