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Roy Larner, de 47 anos, gritou o nome do clube enquanto era esfaqueado por terroristas


Roy Larner, torcedor do Millwall, foi hospitalizado após ser esfaqueado por terroristas (Foto: Reprodução/Twitter)
Após ser esfaqueado numa briga, um torcedor orgulhoso do Millwall pode receber uma condecoração de bravura na Inglaterra. Não é para menos, dadas as circunstâncias: Roy Larner, de 47 anos, teve ferimentos na cabeça e no peito depois de encarar terroristas em um atentado na London Bridge, no sábado. Normalmente, contudo, esta seria uma hipótese quase impensável para o clube do sudeste de Londres, cujos torcedores têm má fama de violentos e de criadores de distúrbios.
– Eles estavam com facas enormes e começaram a gritar sobre Alá. Depois, gritaram ‘Islã, Islã, Islã’. Como um idiota, gritei de volta para eles: ‘Vão se f…., eu sou Millwall’. Então eles começaram a me atacar – lembrou Larner, em entrevista ao tablóide “The Sun”.
Após o ato de Larner durante atentado, petições online passaram a pedir que o torcedor do Millwall receba a Cruz de Jorge, condecoração de alto reconhecimento dada a civis no Reino Unido. O envolvimento em uma briga, neste caso tratado como ato excepcional, geralmente não é visto com tanta estima — tampouco como algo surpreendente — quando parte de um torcedor do Millwall.
A difusão do termo “hooliganismo”, que remete à violência praticada por torcedores de futebol, quase se confunde com o Millwall. O modesto clube de Londres ganhou atenção internacional nos anos 70 não muito pelo futebol, mas sim pelo comportamento de seus torcedores, que formaram uma das mais temidas “firmas” — nome dado aos agrupamentos de hooligans — na Inglaterra.
A violência dos seguidores do Millwall despertou a curiosidade da BBC, que dedicou uma edição do “Panorama”, renomado programa de TV com reportagens investigativas, para explorar as razões do comportamento daqueles torcedores. O programa sobre o Millwall, que foi ao ar em 1977, tornou-se um clássico em referências sobre hooliganismo e acabou ajudando a propagar a fama da F-Troop, como era conhecida a firma.
Naquela época, o estádio do Millwall já tinha o pouco convidativo apelido “The Den” (“O Antro”, em tradução literal). Até então, nenhum estádio havia sido fechado tantas vezes na Inglaterra por violência de torcedores — foram cinco interdições entre 1920 e 1978, já nos anos da primeira-ministra Margaret Thatcher, que tomou Millwall como um dos maus exemplos a serem combatidos por seu endurecimento na legislação sobre o futebol.
Na década de 1970, o “Panorama” enxergou laços entre a firma do Millwall com partidos de extrema-direita no Reino Unido, que pregavam racismo e xenofobia. Atualmente na segunda divisão inglesa — conseguiu o acesso nesta temporada –, o Millwall ainda tem fama de uma das torcidas mais violentas no Reino Unido, embora os episódios sejam mais esporádicos.
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