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Polícia apura estelionato por venda de passagens falsas a haitianos no DF
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga um golpe aplicado contra um casal haitiano, que comprou passagens para a família sem saber que eram falsas. Eles compraram as duas passagens aéreas por meio de um contato em um aplicativo de mensagens. Foi só quando os passageiros foram retirar o bilhete no aeroporto do Haiti que descobriram que as passagens eram forjadas.
De acordo com a ocorrência, o casal foi vítima de estelionato, que é quando um ato é praticado para conseguir vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo alguém ao erro. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, de janeiro a março deste ano, foram registradas 3,6 mil ocorrências de estelionato no DF.
O casal informou ter encontrado o contato da suposta agente de viagens em um grupo do aplicativo. Após a negociação feita por mensagens, a vendedora informou que as passagens estavam em promoção e iriam custar R$ 3,9 mil para duas pessoas.
“Quando minha mãe chegou ao aeroporto, uma moça falou para ela que infelizmente ela não iria conseguir viajar porque as passagens eram falsas. Imagina, minha mãe ficou chocada”, contou Murielle Nozia.
Murielle e o marido estão desempregados e com um filho pequeno. Eles tinham programado trazer a mãe e o irmão dela para o Brasil para que tenham quem cuidar da criança, os dois pudessem procurar trabalho.
O casal contou ter vendido a televisão que tinham e parado de comprar fraldas para conseguir juntar o dinheiro. Em 26 de fevereiro, quando marcaram a data da viagem, eles pagaram uma primeira parcela de R$ 2,6 mil em espécies.
“Ela ficava me pressionando, e eu pedi calma que iria pagar. Vendi a televisão e depositei o restante do dinheiro poucos dias depois”, informou Jean Josial, marido de Murielle.
Josial contou que antes do pagamento dos R$ 3,9 mil, a suposta agente e um homem que se dizia chefe da empresa pressionavam o casal para conseguir o dinheiro. Após a data da viagem e a constatação de que as passagens eram falsas, os dois desapareceram. Josial e a mulher tentaram contato telefônico com a dupla por cinco dias, mas não tiveram respostas.
“Se a gente puder achar essa mulher para ela comprar de novo essas passagens eu ficaria muito agradecida, porque não sei como a gente vai fazer”, afirmou Murielle.
Outra preocupação do casal é que depois de dois meses os vistos expiram e os familiares teriam que começar o processo para conseguir a permissão de viagem novamente.
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