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Repercussão na formação dos filhos

03/02/2017
Repercussão na formação dos filhos

É óbvio que o ideal seria que as crianças fossem criadas no seu lar natural. Portanto, sob o mesmo teto, deveriam viver pai, mãe e filhos. Ocorre que o casamento é desfeito, muitos vezes, com consequência na educação dos filhos.

Então, quem fica com as crianças? O pai ou a mãe? Creio que, nesse caso, deve haver um acordo entre os genitores, para que os rebentos que vão despertando para a vida, conheçam o pai e a mãe. Vem uma pergunta: Se outro casal adotar as crianças, cujo lar foi desfeito pela incompatibilidade entre os cônjuges, dever-se-ia ocultar que as crianças são adotadas?

Tempos atrás havia um programa de televisão, cujo apresentador dizia: “Às vezes doar uma criança é um gesto de amor”. Cada caso é um caso. Dias atrás escrevi neste jornal e transcrevo o que disse, “Ipsis litteris”. Deve prevalecer o bom senso, no sentido de o filho ou a filha ir crescendo e conhecendo quem é o pai e quem é a mãe. Conheci um casal de cor branca com alguns filhos e filhas da mesma cor. Contudo havia uma “filha” criada com carinho, como os demais irmãos, mas não era da mesma cor.

Um dia chegou uma pessoa ao lar desta família e, com ares de verdadeiro amigo da onça, disse: Esta menina não é sua filha. Estou conhecendo pela cor. A menina, com cerca de 14 anos, ouviu a conversa e perguntou à “mãe”: Eu sou sua filha? A mãe assustou-se com a pergunta e afirmou que era mãe.

A adolescente ficou perturbada e conseguiu descobrir o que para ela foi uma triste realidade. Que veio acontecer? Aquele ser em formação foi embora, para profunda tristeza dos pais adotivos. E concluí dizendo: esconder a realidade quanto a filiação? Não, nunca, jamais.
Tais considerações são repetidas, porque este hebdomadário publicou quase uma página sobre o caso de Marielle, que foi adotada por uma família holandesa e reside na Holanda.

A mãe adotiva diz textualmente: “Sinto que a minha filha anda muito inquieta e sei que só vai conseguir ter paz quando souber onde estão os seus pais. E o que ela vai fazer com essa informação? Não sei”.

Convém notar que Marielle está muito inquieta e já esteve em Palmeira dos Índios três vezes. E deixou o nome de seus pais biológicos: José Nivaldo da Silva e Francisca Oliveira da Silva.
Vê-se, pois, que a pessoa que adotou Marielle foi alguém que teve condições de dar conforto, mas a inquietação da adotada, no sentido de conhecer os pais biológicos é muito forte. Por isso, o ideal é o que a natureza oferece: Casal unido para cuidar dos rebentos.

As crianças estão nas mãos de seus pais. Como seria bom que os pais fizessem sacrifícios para o bem dos seus filhos. A propósito, o conhecido médico Milton Hênio publicou um artigo que lembra que “as crianças sofrem as angustias do lar”.

Prossegue o citado médico pediatra afirmando que “a desestruturação da família a cada dia, criando desencontros entre pais e filhos, fazendo surgir as doenças da alma”.

Infelizmente há pais e até mesmo mães que pensam mais em si do que nos seus filhos e esse desencontro é terrível para os seres em formação. É claro que o desentendimento entre pais é mais prejudicial entre os pobres. Com efeito, os pais ricos podem dar boa escola aos filhos, podem encaminhar seus rebentos para estudos no exterior. Dar carrões aos seus garotos. Contudo uma coisa é certa: O desencontro entre os pais (ricos ou pobres) tem repercussão na formação dos filhos.