Política
Brasil deve aproveitar prioridade dada pelo Vaticano à América Latina, diz diplomata

O papa Francisco é argentino e sua diplomacia ativa na tentativa de superação de questões políticas estruturais da América Latina é uma janela positiva pela qual o Brasil pode estreitar ainda mais seus laços históricos com o Vaticano. Essa posição foi defendida pelo diplomata Luiz Felipe Mendonça em sua sabatina realizada nesta quinta-feira (1º) pela Comissão de Relações Exteriores (CRE). Ao final, a indicação de seu nome para a chefia da missão brasileira no estado-sede da Igreja Católica foi aprovada por unanimidade pela comissão e segue para o Plenário.
Entre exemplos da diplomacia ativa conduzida pelo papa, Mendonça lembrou o papel crucial do pontífice na reaproximação recente entre Estados Unidos e Cuba, nas negociações que resultaram em acordo de paz na Colômbia e na intermediação de diálogos institucionais entre governo e oposição na Venezuela.
O diplomata também enfatizou a constante preocupação manifestada pelo papa Francisco em relação ao aumento das desigualdades sociais em todo o planeta, assim como a defesa intransigente dos direitos humanos e fundamentais, como pautas que possuem grande ressonância com o espírito e o pensamento brasileiros.
Mendonça afirmou que pautará sua atuação no Vaticano, em caso de aprovação pelo Plenário, por diálogos com esse direcionamento.
Combate ao flagelo dos refugiados
Durante a sabatina, Cristovam Buarque (PPS-DF) sugeriu a Mendonça que interceda junto ao papa, buscando um acordo mundial de transferência de renda das nações ricas para as mais pobres. A medida teria o objetivo de diminuir o drama de milhões de refugiados, especialmente da África, que buscam desesperadamente melhores condições de vida.
Aloysio Nunes também elogiou muito a diplomacia do Vaticano, observando que é uma das mais antigas do mundo e sábia por promover na prática profundas mudanças no planeta sob um manto de tradição e continuidade.
– É o exato oposto do que querem fazer crer a maioria dos países que, sob discursos de constantes transformações, na prática mudam muito pouca coisa – disse, citando a tese que consta do relatório de gestão do atual embaixador no Vaticano, Denis Fontes.
Outros embaixadores
Ainda na reunião desta quinta-feira foram aprovadas as indicações dos diplomatas Luiz Claudio Villafañe para a embaixada na Nicarágua, e de Maria Laura Rocha para a embaixada na Hungria.
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