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Ajuste anda rápido e não depende da permanência do governo, diz Meirelles
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o ajuste fiscal está “caminhando muito rápido” e será definitivo, sem depender da continuidade do governo interino. Ele falou a jornalistas nesta sexta-feira (12) durante evento do Banco Central em São Paulo.
“O ajuste [fiscal] já está sendo feito de forma defintiva. Independentemente do prazo de permanência deste governo, a emenda constitucional define um ritmo para as despesas públicas para os próximos 20 anos, portanto estamos tomando medidas de longo prazo”, afirmou.
Meirelles declarou, também, que o ajuste fiscal está “caminhando rápido”, apesar da percepção contrária sobre o assunto. “Comparado com a ansiedade geral dos que conhecem o assunto está lento, mas considerando-se que é a primeira reforma estrutural das contas públicas brasileiras desde 1988, está muito rápido”, disse.
O ministro afirmou ser mais importante aprovar primeiro o limite para o aumento nos gastos públicos para, em seguida, ser aprovada a reforma da Previdência.
As duas medidas são as principais propostas do ajuste no longo prazo feitas pelo governo interino. “Controlando os gastos públicos primeiro, tudo fica mais fácil e melhor, mas especialmente porque isso melhora a confiança”, disse.
Ainda sobre a Previdência, ele voltou a defender a criação de uma idade mínima para se aposentar e disse que, na prática, o brasileiro já se aposenta por idade porque trabalha mais anos do que efetivamente contribui.
Para ele, “não é sustentável” pedir o benefício com 54 anos de idade. Pela regra vigente antes da fórmula 85/95, o brasileiro podia se aposentar por idade ou por tempo de contribuição.
Câmbio volátil
Sobre a atual volatilidade do câmbio, o ministro afirmou que uma cotação estável do dólar favorece mais as empresas do que um câmbio volátil e acrescentou que, apesar de o regime ser de câmbio flutuante, essa variação é resultado da situação da economia.
“O dólar [perto de R$ 3] afeta os exportadores, de fato é um setor importante da economia, por outro lado quando cai facilita os investimentos. Mas o que está de fato impulsionamento a retomada da economia brasileira é a confiança e o aumento do emprego. Não depende necessariamente do valor do dolar ou das exportações”, disse.
O ministro disse ainda que o comércio exterior brasileiro representa uma pequena parte do produto [PIB]. “No Brasil, ainda a grande força é o mercado interno”.
Renegociação da dívida dos estados
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou esta semana o texto principal do projeto sobre a renegociação das dívidas estaduais, após o governo recuar da exigência de que os estados não poderiam dar reajustes salariais aos servidores por dois anos.
“Eu concluí que essa parte não ia passar, não ia ser aprovada (…) É pior ter que explicar por que recuou ou entrar na votação e perder? Você estaria dando um sinal péssimo para a aprovação da PEC. Do ponto de vista da minha relação com os governadores está ótimo”, disse nesta sexta.
Na véspera, Meirelles disse que essa contrapartida, exigida inicialmente em troca da renegociação da dívida, não era “totalmente necessária” porque os governos, segundo ele, não são obrigados a conceder os reajustes.
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