Cidades
Ex-funcionários da Vale Dourado reivindicam acordo salarial e fazem protesto, em Palmeira

Cerca de 70 ex-funcionários da Vale-Dourado estão realizando um protesto em frente à sede da empresa, para reivindicar as parcelas de um acordo salarial que estão em atraso. Segundo os funcionários, além de não honrar o compromisso com os que foram demitidos, a Vale ainda fez uma contraproposta de dividir os valores atrasados em parcelas de R$ 320 e começar a pagar somente em novembro. O restante seria pago depois de um ano, que ficaria em R$ 350.
José Cícero de Lima Andrade, um desses funcionários, falou que a Valedourado fez um acordo com os demitidos, mas não chegou a cumprir com o pagamento das parcelas mensais dos depósitos bancários estabelecidos pela Justiça.
Primeiro, o grupo formado por 80 trabalhadores passou um período de afastamento da empresa, com suspensão temporária do contrato de trabalho, que pode durar até cinco meses, chamada de Lay Off. Esse tipo de “ajuda” foi criada em 2001, mas a medida só pode ser usada por empresas que comprovadamente enfrentam crises econômicas.
Durante esse tempo, os funcionários podiam fazer cursos de qualificação, recebem seguro desemprego do governo e, em alguns casos, as empresas complementam os salários. Mas para o lay-off valer, tem que ser negociado com os sindicatos. “Foi essa uma ajuda que a gente teve. Depois, tivemos férias coletivas, em janeiro, mas quando voltamos, em fevereiro, fomos demitidos. Quando fomos questionar os nossos direitos e o seguro desemprego, eles disseram que o seguro já tinha sido pago com o Lay Off e que só tínhamos direito a mais uma parcela. Mas não fizemos nenhum acordo quanto a isso”, reclamou José Cícero.
Foi então que ele e outros funcionários decidiram contratar um advogado para entrar com uma ação na Justiça. “Entramos na Justiça e fizemos um acordo. As minhas parcelas foram divididas em dez vezes, mas só recebi duas. Nosso advogado entrou em contato com a advogada da Valedourado, mas ela disse que não dá mais para pagar esses valores e que eles teriam que ser renegociados. Desde então, ninguém consegue mais contato com ninguém de lá”, reclamou José Cícero.
Por causa disso, José Cícero passa por dificuldades financeiras e acumula inúmeras contas vencidas e sem previsão de pagamento. Há sete anos na empresa, como ajudante de produção, ele se viu sem emprego e sem perspectivas de reaver os seus direitos trabalhistas. “Quero justiça. Trabalhei lá e quero os meus direitos garantidos. E não vamos ficar parados, vamos lutar por tudo que a gente tem direito”, garantiu.
Até o momento, não conseguimos contato com a direção da Valedourado
Empresa em crise foi a maior do município
Apesar de estar passando por dificuldades financeiras e em crise, como afirmam funcionários e ex-funcionários, a Valedourado, de propriedade do empresário Ricardo Sampaio, surgiu em Palmeira dos Índios 1989 como a maior fábrica do município, e que trouxe esperança de empregos e de crescimento para a economia local. A maior atuação da fábrica estava relacionada ao leite pausterizado tipo c, mas aos poucos, ela se tornou a primeira empresa alagoana e uma das primeiras do Nordeste a fabricar produtos em embalagens Longa Vida.
A empresa deu um considerável salto tecnológico e comercial, quando lançou no mercado o leite Longa Vida, chamado tecnicamente UHT – Ultra High Temperatura, seguindo a tendência de sucesso desse produto no Brasil, apresentando um crescimento significativo desde o seu lançamento no mercado. Para a empresa, este produto possibilitou, entre outros aspectos positivos, a expansão da marca Valedourado, visto que passou a ser distribuído para todo o nordeste.
A empresa também conseguiu licenciamento da marca Tampico e introdução no Nordeste. Para agregar valores ao seu produto e também para minimizar as perdas, que geralmente ocorriam na comercialização do leite pausteriozado tipo “C”, a produção deste tipo de leite foi encerrada em março de 1998. Assim. O leite que antes era pasteurizado passou a ser esterilizado, e vendido sob a denominação de UHT.
A empresa também adquiriu a Fleischaman Royal no município de Itapetinga na Bahia, fazendo a Valedourado ser reconhecida em todo Nordeste como uma grande empresa. Em 2010, com o licenciamento da marca Alimba, de propriedade da Parmalat, houve uma diversificação de unidades de negócio com a entrada no segmento de chocolates. Em 2011, a empresa aumentou o portfólio de produtos para as marcas Alimba e Valedourado e a realização da Primeira Páscoa.
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