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Passeio ciclístico homenageia vítimas de acidentes de trânsito

O Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL), em parceria com o Instituto Álvaro Vasconcelos Filho, reuniu mais de 200 ciclistas na noite de terça-feira (17), no Corredor Vera Arruda, para uma homenagem às vítimas de acidentes envolvendo carros e bicicletas. O encontro fez parte das ações alusivas ao Maio Amarelo e contou com a parceria de diversas entidades.
Com o apoio da equipe da Lei Seca Alagoas e do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), após a concentração na praça, os ciclistas seguiram pela orla de Maceió com destino à AL-101 Sul. Por onde passavam, chamavam a atenção tanto da população quanto dos turistas, que desmontavam apoio à causa.
Segundo a funcionária pública Nádia Núbia, o evento foi bastante importante para evitar o índice de acidentes e trabalhar a conscientização dos motoristas perante aos ciclistas, destacando que muitas pessoas utilizam a bicicleta como meio de transporte para ir ao trabalho.
“Infelizmente, não utilizo a bicicleta para trabalhar, por conta da violência. Já fui atropelada algumas vezes e, graças a Deus, não foi nada grave. Passei 10 anos sem andar de bicicleta, pois fiquei com trauma. Quando meu filho escolheu o ciclismo como esporte, acabou me incentivando a voltar a pedalar”, destacou Nádia Núbia.
As luzes dos capacetes e das bicicletas, que são equipamentos obrigatórios de segurança para quem pedala à noite, foram destaque na escuridão. Chegando à AL-101 Sul, o grupo de ciclistas realizou uma parada em um monumento em homenagem ao triatleta Álvaro Vasconcelos Filho, vítima fatal de atropelamento há 2 anos e 10 meses, quando estava treinando para uma prova de Triathlon.
“A morte do Álvaro não pode ser jamais considerada como um acidente. O que aconteceu com ele foi um crime de trânsito, um homicídio. O ciclista é parte integrante do trânsito e nós estamos fazendo essa homenagem como forma de protesto. Precisamos mudar essa realidade; estamos todos juntos lutando pelo mesmo propósito”, ressaltou o diretor-presidente do Detran/AL, Antônio Gouveia.
Erguida a 8 metros de altura, a “ghost bike” (nome dado às bicicletas brancas instaladas em locais de acidentes fatais com ciclistas) foi colocada com o propósito de chamar a atenção dos motoristas para o que prevê no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), no Artigo 201, que diz que é obrigatório o motorista ter a distância de 1,5m ao passar ou ultrapassar uma bicicleta.
Marcado por fortes emoções, o momento contou com a presença da família de Álvaro Vasconcelos, que, ainda inconformada com a tragédia, solicitou que fosse realizada uma oração pela morte do atleta, clamando também pela paz no trânsito.
“O trauma ainda é intenso, principalmente quando lembro que meu irmão foi atropelado neste local por um assassino, de uma forma que ninguém entende, até porque a via é muito larga e o atropelamento aconteceu em uma hora que o fluxo de carros não era grande. Para nós é muito difícil passar de carro aqui, quanto mais de bicicleta”, disse Arthur Vasconcelos.
Na ocasião, de forma inédita, o Detran colocou placas de sinalização de ciclistas trafegando, como forma de alertar aos motoristas que a categoria também faz parte do trânsito e o respeito às leis é imprescindível para reduzir um índice de imprudências que acabam tirando a vida de diversas pessoas.
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