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Meio Chá de Pólvora: jornalista arapiraquense lança livro de poemas

Com “Meio Chá de Pólvora” o que é possível ser feito? Alguns dirão “nada”, além de algo intragável. Mas o jornalista e arapiraquense Breno Airan fez deste o título de seu primeiro livro a ser tomado página por página, de uma só vez ou em quantos goles cada leitor achar melhor.
Breno é um dos cinco primeiros autores alagoanos contemplados pelo Programa de Incentivo à Cultura Literária (PICL), da Imprensa Oficial Graciliano Ramos.
Nesta terça-feira (17), os livros foram lançados em uma solenidade composta pelos escritores, familiares, servidores, funcionários da editora, imprensa e autoridades governamentais, na sede da Imprensa Oficial.
Ao todo 19 pessoas foram selecionadas por especialistas em Literatura e por professores, que avaliaram cerca de cem títulos inscritos no edital público. Até outubro todas as obras serão publicadas.
Neste primeiro grupo além de “Meio Chá de Pólvora”, de Airan; “Os Filhos de Ana Rosário”, de Dirceu Lindoso; “Antes e Depois da Chuva”, de José Minervino Neto; “Entre Ratos & Outras Máquinas Orgânicas”, de Richard Plácido e “João & seus Ais Miúdos”, de Fabiana Freitas.
A seguir uma entrevista alinear com o escritor de “Meio Chá de Pólvora”, depois deste dia memorável para sua carreira aos 26 anos de idade:
Pergunta. Apesar de já ter saído dois axiomas teus no livro de Maitê Proença, “É Duro Ser Cabra na Etiópia”, esta é tua primeira obra. Do que se trata “Meio Chá de Pólvora”?
Resposta. Esse título remete a minhas inclinações budistas. Equilíbrio. Sempre dosar tudo na vida. O livro trata-se de um manifesto sobre tudo o mais.
Pergunta. O que envolve “tudo o mais”?
Resposta. Solidão, amor, autocrítica, religião, existencialismo, nonsense – ligado diretamente nas minhas incursões no movimento surrealista, música, arte e jumentos, ainda que não tenha poema alguma sobre este último. (ri)
Pergunta. Com quantas páginas se faz “Meio Chá de Pólvora”? Levou quanto tempo para escrevê-lo? Quando começou?
Resposta. Tem 112 páginas, com prefácio da poeta Marta Eugênia e contracapa do irmão de alma, o jardineiro Alan Lins. Acredito que comecei a escrevê-lo há uns 6 anos. Fui somando experiência e hoje acho q posso repassar isso à frente, com as palavras.
Pergunta. Desde quando e de onde vem a tua relação com a escrita?
Resposta. De moleque. Sempre lia gibis da Turma da Mônica. Gostava mais do Cebolinha, porque ele era diferente, mas aceito (ninguém fazia bullying por causa do R e L dele). Me sentia desde sempre estranho.
Pergunta. Estranho como? Tua “estranheza” estava ligada a quê?
Resposta. Em não me conectar por inteiro com as pessoas. Ainda hoje estou aprendendo a fazer a amar as pessoas e os bichos que nem conheço. Aos poucos.
Pergunta. Que nomes influenciam a tua arte?
Resposta. Me inspiro no cinema, na música, na literatura, na pintura. Não dou nome aos bois.
Pergunta. É cedo para dizer que outro “chá literário” está a caminho? Ou você já tem apurada a matéria do próximo?
Resposta. Nada. Tenho em mente um romance, mas ainda se formando. Quem sabe, em breve, eu comece uma biografia sobre o “Bar do Paulo”. Ainda vou ver isso com ele.
Pergunta. A pergunta “o que os leitores podem esperar de um romance teu” fica para quando eles lerem esta tua primeira obra? Ou você já pode semear a ideia?
Resposta. Não esperem nada. Expectativas costumam frustrar. Tudo está bom, nada precisa melhorar.
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