Política

Gangorra politica na pré-eleição de Palmeira dos Índios

15/05/2016
Gangorra politica na pré-eleição de Palmeira dos Índios

Quem dá mais? A frase tradicional de leiloeiros num pregão qualquer pelo país afora cabe direitinho na pré-eleição palmeirense onde os nervos dos que desejam disputar a prefeitura local já estão à flor da pele e em que essas já são as palavras de ordem.

Tudo porque as amarrações político-partidárias são vitais para quem deseja largar como pole position e angariar as primeiras posições na Câmara Municipal e prefeitura.

Pré-Candidatos a prefeito com vasto número de candidatos a vereador já estão em conflito com os que preferem a disputa proporcional, afinal cada um quer garantir seu lugar ao sol e precisa de estrutura logística para ir à caça de votos.

Mesmo com o “aperto” da minirreforma eleitoral onde a campanha foi encurtada, o vil metal ainda vai preponderar na eleição e candidato a prefeito “liso” não vai conseguir manter o palanque, que deverá ter muitas defecções no decorrer dos 45 dias de campanha em face da inanição financeira que se apresenta neste ano eleitoral com a proibição de doações privadas de empresas para os candidatos.

E quem não der mais a partir de agora corre o risco de chegar em julho com a candidatura natimorta, pois os grupos abastecidos financeiramente estão com o poder de barganha e de maior “convencimento” na hora de cobrar o apoio.

Em Palmeira dos Índios, situação e oposição estão divididas entre si. Cada lado apresenta três nomes para a disputa majoritária. Na situação, hoje, está Verônica Medeiros (PMDB), Rodrigo Gaia (PR) e Luiz Lobo (PSL); Na oposição está Julio Cezar (PSB), Sheila Duarte (PT) e Flávio Targino (PRTB).

Dois nomes, também antagonistas – estão fora do combate majoritário em virtude de não liderarem grupos próprios, como é o caso de Antonio Fonseca (PMDB) e Adalberon Sá (Rede). O primeiro deve tentar emplacar um nome de um parente numa chapa proporcional e o outro, se não conseguir o sonho de ser candidato a vice-prefeito, também deverá lançar-se candidato a vereador.

(Foto: Lucianna Araújo)

Verônica Medeiros (Foto: Lucianna Araújo)

Verônica e Rodrigo estão em pé de igualdade econômica e política no time da situação. Luiz Lobo, por fora, vem costurando apoios e levando a candidatura a sério firmando parcerias até com um dos escritórios jurídicos mais caros do Estado, segundo publicação sua nas redes sociais.

Ex-vereador e presidente da câmara, Rodrigo Gaia reúne credenciais públicas para disputar a prefeitura de 2016

Rodrigo Gaia

Na oposição Julio Cezar larga na frente e terá o apoio do PSB nacional que escolheu três cidades de Alagoas para “torrar” parte de seu fundo partidário na campanha: Palmeira dos Índios, Rio Largo e Maceió. Sheila Duarte (PT) com a derrocada do PT em nível nacional terá que arcar com as despesas eleitorais do próprio bolso, uma tarefa difícil.

O PSB nacional escolheu três cidades de Alagoas para “torrar” parte de seu fundo partidário na campanha: Palmeira dos Índios, Rio Largo e Maceió

Flávio Targino (PRTB) é o mais “liso” dos candidatos, mas também não terá problemas, porque reuniu um grupo de candidatos a vereador que se destaca pela união em torno da proposta batizada de G8. O problema é apenas segurar alguns correligionários que durante a campanha certamente receberão propostas de adesão a outras candidaturas.

Na situação, a disputa é tensa. Rodrigo Gaia, capitão de seis partidos, não “abre nem para um trem carregado de mangas com um doido fumando em cima”. Tem apoio do irmão o deputado Edval Gaia Filho (PSDB), do irmão do prefeito, o tucano Lucas Ribeiro (cérebro pensante da campanha) e do secretário executivo de gestão interna da Saúde do Estado de Alagoas Aerton Lessa.

Verônica Medeiros, que terá um embate pessoal muito forte a deslindar durante a campanha (defender o marido acusado de homicídio haja vista as ameaças veladas da oposição de utilizar essa sorrateira estratégia contra sua candidatura) – se apoia na promessa de James Ribeiro (PMDB) apoiá-la, mas o prefeito se sente pressionado pela família para apoiar Rodrigo.

luizlobo

Luiz Lobo

Luiz Lobo quer garantir sua base eleitoral na área de Educação com apoio dos dirigentes escolares. Deixará a secretaria em 2 de junho, mas já teria alinhavado o sucessor que seria Junior Miranda (segundo conta os bastidores, mas negado pelo próprio), presidente de seu partido.

Junior Miranda nega, mas governistas o apontam como futuro de Secretário Municipal de Educação a partir de 2 de junho

Bate cabeça

Essa indefinição de James Ribeiro (PMDB) faz com que os situacionistas batam cabeça. Uma hora, Rodrigo entrega o boné e diz que vai partir com os amigos porque acredita no apoio do prefeito a Verônica. No dia seguinte a situação se inverte e Verônica passa a ser a segunda opção do prefeito. Uma verdadeira gangorra.

James, indefinição causou enfraquecimento e divisão de seu grupo

James, indefinição causou enfraquecimento e divisão de seu grupo

Além desses, com a desistência de Fonseca que já procurou Flávio Targino (na oposição) para compor e “fechar o Coruripe e o Caldeirão”, surge Luiz Lobo, falando grosso (mais que o prefeito) em entrevistas  e costurando alianças.

Uma verdadeira confusão que só será resolvida após as festas juninas.

Divisão na oposição favorece governistas

Na oposição Julio Cezar, dissidente tucano, popular na periferia e em seu bairro (Palmeira de Fora) já teria convidado o vereador Márcio Henrique (PPS) para compor sua chapa e garantido a simpatia da classe média local.

Oposição se entendem nas fotografias. Nos bastidores é da canela pra cima

Oposição se entende nas fotografias. Nos bastidores é da canela pra cima (Foto facebook)

A Rede deve apoiar a chapa Julio/Márcio em virtude da simpatia que Heloisa Helena nutre pelos dois candidatos.

Sheila Duarte do PT com um grupo inexpressivo de candidatos a vereador e a derrocada de Dilma e Lula nacionalmente dificilmente conseguirá ingressar numa chapa majoritária, em razão do desgaste petista que deverá ser maior ainda até outubro quando será finalizado o processo de impeachment.

Flávio Tergino encarna a verdadeira oposição

Flávio Targino encarna a verdadeira oposição

Flavio Targino (PRTB) corre por fora. Com o grupo mais homogêneo de candidatos a vereador, se conseguir o apoio do irmão Fábio Targino (PEN) e do primo Tales Targino (PSB), pode surpreender num processo eleitoral em que os candidatos são parelhos popularmente.

Analistas dizem que quanto menos candidatos forem lançados pela oposição, melhor a chance de serem vitoriosos.

Mas aí é que está o dilema: a vaidade impera.