Geral
A literatura infantil como diálogo entre as diferentes gerações


O lado lúdico da convivência entre gerações tem o papel do repasse das vivências e dos saberes dos idosos (Foto: Carla Cleto)
A literatura infantil escrita ou contada por um idoso a uma criança tem o papel do repasse das vivências, da manutenção da cultura, dos valores e da tradição familiar que levam, quase sempre, a uma interação entre o contador e o ouvinte.
A pediatra Sirmani Frazão explana que, além das histórias infantis, as poesias e as cantigas de ninar também criam pontes para aproximar as gerações.
“Principalmente as avós, que vez ou outra repetem essas histórias em situações do cotidiano. Então, no futuro, os netos e os bisnetos vão recontar essas mesmas narrativas para os seus filhos. São exercícios, cuja função é ampliar o conhecimento de ambos”, garante a médica.
Por meio dessas atividades, as crianças descobrem a empatia, a compaixão, a resiliência e a solidariedade. A conclusão é uma só: quanto mais cedo uma criança é estimulada a ouvir histórias contadas pelos avós, mais possibilidades ela tem de tornar seu cérebro aguçado. O idoso, por sua vez, tem a experiência de criar novas oportunidades e garantir novos conhecimentos.
As marcas do tempo não retiraram de dona Elba Martins motivos para sorrir e viver. Baixinha, vaidosa e muito comunicativa, ela planta e colhe amor ao lado dos filhos, dos sete netos e dos cinco bisnetos. Aos 84 anos de idade, a juventude se faz presente – e talvez por isso pareça bastante serena.
Mesmo com os brinquedos industrializados e os videogames, o quebra-cabeça, o dominó e o baralho estão entre os jogos que estimulam a troca de saberes e experiências na casa dela.
A principal lição que dona Elba Martins retira ao longo desse tempo de convivência com os netos e os bisnetos é o da quebra de preconceitos entre as gerações. “O respeito e a humildade são exemplos que eu aprendo todos os dias. Saber que eles não me acham chata ou dependente, isso me faz sorrir e lembrar que eu estou viva”, disse ela, enternecida.
“Eles foram criados comigo mais do que com os próprios pais”, emocionou-se, com voz embargada, ao relembrar o momento em que sentava no chão para brincar com as crianças.
Para o bisneto Gustavo Pacífico, 12 anos, a avó costuma ser um porto seguro. É a pessoa que ele tem mais confiança, assim como os seus pais, mas que não faz tantas exigências.
“Às vezes ela esconde coisas que eu não quero que ninguém saiba”, revelou. “Com o passar do tempo eu tenho aprendido a me colocar no lugar de um idoso, entendendo suas necessidades, sentimentos e problemas. É fundamental o apoio e a segurança que ela transmite para o meu crescimento como pessoa”, contou.
“Eu sinto muito prazer quando cuido dos meus netos e dos meus bisnetos, pois eles duplicaram o amor o que eu já sentia pelos meus filhos. Eu sou muito feliz e realizada em minha vida porque todos gostam de mim”, declarou Elba Martins.
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