Com seis anos de efetivo serviço, todos desempenhados no policiamento ostensivo, a policial Andreia Valéria empresta seu profissionalismo sem perder a ternura feminina à Polícia Militar de Alagoas (Fotos: Anderson Góes)

Do 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM), conhecido como Batalhão Costa Dourada, vem a homenagem à terceira policial militar para o Especial Semana da Mulher. Sediado na cidade de Maragogi, em meio a um cenário paradisíaco do Litoral Norte alagoano, marcante pelas lindas praias da região conhecida como o caribe brasileiro, a unidade é composta por 277 integrantes, sendo apenas 11 mulheres, dentre elas, a jovem soldado Andreia Valéria da Silva, de 32 anos, incorporada à Polícia Militar no ano de 2010.

Atraída pela estabilidade do concurso público e pela beleza do uso da farda, ela não pestanejou quando viu a possibilidade de ingressar nas fileiras da briosa.

“No início encarei como uma aventura, uma novidade, mas acabei gostando do dia-a-dia, das lutas e obstáculos inerentes à profissão. Muitos afirmam que a mulher empresta beleza, simpatia e delicadeza ao trabalho policial, mas nossa participação vai além. Hoje conduzimos viaturas, integramos tropas especiais e também ocupamos cargos nas áreas de gestão e administrativa, e algumas são comandantes de unidades”, ressalta.

A quebra de muitos obstáculos e paradigmas no universo da caserna reflete uma nova configuração, que em Alagoas se definiu ao longo dessas quase três décadas de existência da mulher na PM, onde a figura feminina é vista como uma profissional de Segurança Pública.

Com seis anos de efetivo serviço, todos desempenhados no policiamento ostensivo, Valéria já trabalhou no 2º BPM de União dos Palmares e atualmente desempenha a função de patrulheira da guarnição de Radiopatrulha do Batalhão Costa Dourada.

PM, mulher e mãe com muito orgulho

Questionada sobre o maior desafio de seu cotidiano, ela evidencia a dificuldade em alinhar seu papel de mãe e dona de casa com a vida profissional e relata uma parceria vitoriosa com sua genitora, dona Maria, como o alicerce que possibilita a superação das dificuldades cotidianas.

“Quando estava no Curso de Formação de Praças (CFP), meu filho tinha apenas um ano e meio. Ele sofreu muito com minha ausência e muitas vezes achei que não suportaria aquela situação, pois sofria dobrado. Se não existisse o apoio de minha mãe que ficou cuidando dele e o faz até hoje quando estou de plantão, não conseguiria trabalhar em paz. ‘Santa dona Maria’ em minha vida”, relembra, comovida.

Seus companheiros de serviço fazem alusão à personalidade alegre e ao companheirismo demonstrado no convívio diário, mas o melhor dos elogios vem da pessoa mais importante de sua vida: o filho Gabriel. “Eu quero ser policial igual a minha mãe. Ela salva o mundo do mal, igualzinho aos super-heróis. Ela é bonita, forte, legal e cuida de mim”, declara, emocionando sua mãe e à equipe de reportagem.

Combatente sem perder a ternura

A soldado Valéria conta que mesmo com pouco tempo de farda já passou por algumas situações marcantes. Em janeiro deste ano, sua equipe de serviço evitou que uma mãe, aparentemente acometida por depressão, abandonasse o filho de apenas um mês de vida em um matagal na zona rural de Maragogi. “Foi bem difícil como mãe presenciar aquele bebê indefeso correndo risco de morte. Graças a Deus chegamos a tempo de impedir o pior”, lembra.

Orgulhosa de sua profissão, ela ressalta o amor à corporação e à nobre missão de cuidar das pessoas.

“A Polícia Militar é a minha segunda família. Resguardar vidas humanas, inclusive, auxiliando pessoas que nem conhecemos, é um ato de amor incondicional. O sentimento de recompensa pelo dever cumprido é o que nos move. Só quem é policial militar sabe do que estou falando”, completa.

Com seis anos de efetivo serviço, todos desempenhados no policiamento ostensivo, a policial Andreia Valéria empresta seu profissionalismo sem perder a ternura feminina à Polícia Militar de Alagoas.