Cidades

FrigoVale suspende atividades, em Arapiraca, 24 horas após inauguração

06/01/2016
FrigoVale suspende atividades, em Arapiraca, 24 horas após inauguração
A FrigoVale optou por interromper suas atividades até que haja um consenso com os marchantes (Foto: Agência Alagoas).

A FrigoVale optou por interromper suas atividades até que haja um consenso com os marchantes (Foto: Agência Alagoas).

O protesto realizado por marchantes na manhã de terça-feira (5), por não concordarem com os preços do abate de gado e a apropriação das vísceras e fígado, motivou a suspensão dos serviços da FrigoVale, empresa terceirizada que iniciou as atividades na segunda-feira, (04). Os marchantes decidiram que vão voltar para o antigo matadouro da cidade n, localizado às margens do lago da Perucaba, enquanto a situação não for contornada.

De acordo com Marlos dos Santos, representante da Associação dos Açougueiros de Arapiraca (AAA), o contrato que garante o funcionamento da empresa e atribui cláusulas de negociação não determinam que a FrigoVale fique com as vísceras e o fígado do animal para comercialização. Essa é a principal causa do impasse entre as partes.

Marlos dos Santos assegurou que no contrato firmado a Frigovale é responsável pelo abate dos animais, podendo comercializar as vísceras, o que não atribui que os marchantes não possam ficar com essas partes para eles próprios negociarem.

Segundo o representante dos açougueiros de Arapiraca, o contrato define em até R$ 68,00 o valor do abate do boi pela Frigovale. No entanto, a empresa está cobrando R$ 45,00 pelo abate do animal, preço comercializado no mercado alagoano, mas a empresa quer ficar com as vísceras e o fígado do animal. “Sem as vísceras e o fígado os marchantes terão prejuízos que podem chegar a R$ 30 mil por mês, dependendo da quantidade de animais de cada marchante abatidos pela empresa”, explicou Marlos dos Santos.

Audiência com Ministério Público
De acordo com o representante dos marchantes, o advogado da Associação dos Açougueiros de Arapiraca vai entrar com uma ação no Ministério Público Estadual (MPE) contra a empresa.Enquanto isso, marchantes e fateiras, retornam trabalhar no antigo matadouro da cidade, no Lago da Perucaba.

Nota da empresa FrigoVale

Em nota, a empresa FrigoVale afirmou que se reuniu, nesta terça-feira (5), com representantes dos marchantes e foi esclarecido que o valor cobrado pelo serviço de abate e resfriamento foi definido, após diversas reuniões com marchantes e com a Prefeitura de Arapiraca, baseado no que é praticado pelo mercado, considerando ainda a capacidade local, os custos decorrentes do investimento em qualidade e adequação à legislação nacional vigente.

Desde a chegada em Arapiraca, a empresa mantém o diálogo aberto com todos os segmentos envolvidos. Durante a reunião, os marchantes não aceitaram um acordo e ficou definido que os animais continuariam a ser abatidos no antigo matadouro, sem as condições legais e de higiene exigidas pelas normas em vigor. Diante do impasse, a FrigoVale optou por interromper suas atividades até que haja um consenso com a categoria.