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Conferências territoriais apresentam saldo positivo para agricultura familiar alagoana

Com a participação de mais de 580 pessoas, as Conferências Territoriais de Assistência Técnica e Extensão Rural chegam ao final de 2015 com balanço positivo. Sete das oito etapas foram concluídas ainda este ano e trouxeram ao agricultor familiar de todos os municípios alagoanos a possibilidade de opinar, propor e sugerir mudanças para o segmento.
A última conferência do ano, realizada nessa terça-feira (15), em Porto Calvo, reuniu 42 agricultores dos onze municípios que compõe a região do Litoral Norte alagoano. Na ocasião, foi discutido, com base nos três eixos temáticos – Sistema Nacional de Ater e Políticas Públicas para a Agricultura Familiar e Formação e Construção de Conhecimentos na Ater – problemáticas, soluções e melhorias para a agricultura familiar local.
O agricultor Pedro Elias dos Santos, o Pedro Farofa, presidente da Cooperativa de Agricultores da Região Norte (Coopernorte) e agricultor no assentamento Santa Luzia, em Porto Calvo, espera que a produção de alimentos seja fortalecida para o aumento de emprego e de renda da população local.
“Espero que melhore a vida de todo mundo. Quando você aumenta a produção, melhora para todo mundo, inclusive para a população, que vai consumir uma mercadoria melhor e mais barata. Acredito e luto para que o pequeno agricultor se junte pra produzir, busque melhorias, como fábricas de beneficiamento ou passe a plantar alimentos orgânicos”.
Para a superintendente do Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater-AL), Rita de Cássia Lima, a agricultura familiar alagoana precisa da assistência técnica e da extensão rural para dar passos mais próximos em relação à sustentabilidade.
“Nós estamos num processo de reestruturação da Emater, e isso passa também pelo fortalecimento das políticas públicas para a agricultura familiar”, frisou a superintendente.
Presente à Conferência do Litoral Norte, Eliane Duarte, assessora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf) e responsável pelo Território Nordeste 2, que inclui Bahia, Sergipe e Alagoas, elogiou o que viu.
“Fico contente em ver que a Emater, mesmo com a equipe reduzida, está arregaçando as mangas para realizar um trabalho como esse. É muito bom ver pessoas dispostas, e o resultado não podia ser diferente. Acredito que Alagoas esteja construindo um caminho muito bom para a Conferência Estadual”, analisou Duarte.
Resultado positivos – Para a assessora técnica do Conselho Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Cedafra) – órgão gestor das conferências – e assessora de projetos da Emater, Nelianne de Gusmão, o saldo das conferências territoriais foram muito positivos.
De acordo com ela, mesmo ainda faltando uma conferência – a etapa dos territórios lagunares, que foi homologada oficialmente há pouco tempo e que será realizada em fevereiro – os objetivos já foram alcançados.
“Nós temos visto propostas de muita qualidade, com os agricultores engajados e dispostos a participar. Todos eles têm dado sua opinião e, de uma maneira geral, tanto a comissão organizadora composta por Emater, Seagri, Incra, Fetag e Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, quanto os próprios agricultores, estão muito engajados. Acredito que isso esteja acontecendo porque na conferência de 2010 todos viram que, de fato, esses encontros geram resultados concretos. Então, os agricultores se dispõem a vir, a entender e participar desse processo de construção”, explica a Nelianne de Gusmão.
De acordo com a assessora, a partir de agora será feita a sistematização das conferências, com a consolidação das propostas, levantamento dos delegados eleitos, encaminhamento das propostas ao Conselho Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Condraf) e estruturação da Conferência Estadual, que será realizada em abril de 2016.
Ainda segundo ela, os delegados eleitos nos territórios solicitaram uma reunião de capacitação sobre os temas que serão trabalhados na conferência estadual.
Atendendo à demanda do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), os delegados eleitos respeitam à paridade de gênero: 20% dos eleitos serem pessoas jovens, abaixo dos 29 anos e, ainda, povos e comunidades tradicionais.
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