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População de Palmeira dos Índios sofre com epidemia de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegpty

30/11/2015
População de Palmeira dos Índios sofre com epidemia de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegpty
MOSQUITO transmissor da dengue, zika e chikungunya é o  responsável pela epidemia das doenças em Palmeira dos Índios

MOSQUITO transmissor da dengue, zika e chikungunya é o
responsável pela epidemia das doenças em Palmeira dos Índios

A cidade de Palmeira dos Índios, como outras do estado de Alagoas, enfrenta uma epidemia de doenças provocadas pelo mosquito Aedes Aegpty. Até a semana passada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município registrou 400 casos de pessoas que apresentavam sintomas e reações provocados pelo zika vírus, febre chikungunya e dengue, e que lotam o hospital da cidade.

Por causa dessa demanda, Palmeira ainda não recebeu os resultados dos exames que confirmam qual o tipo da doença preponderante, que só devem sair no próximo mês. Enquanto os resultados não chegam, as Unidades Básicas de Saúde podem receber a pessoa infectada e tentar identificar qual o tipo da doença, de acordo com os sintomas. Os que tiverem sintomas mais graves serão encaminhados ao hospital local.

A SMS disse que tem formado mutirões e buscado alternativas de enfrentamento ao mosquito, mas que a sociedade precisa ser parceira e aliada na luta contra o vetor que pode provocar a morte, no grau mais avançado da dengue. As igrejas, escolas, organizações e entidades estão convidadas a compartilhar essa responsabilidade de combate aos criadouros. Pequenas ações como não acumular água em garrafas, pneus, plantas e reservatórios evitam que as larvas dos mosquitos sejam incubadas e se reproduzam. Esta semana, o mutirão vai ser realizado no bairro de São Cristóvão, onde vão ser colocadas armadilhas nos lugares predispostos.

O uso de peixes betas, em grandes reservatórios, tem surgido como um poderoso aliado da SMS. A Secretaria distribui os peixinhos apenas para os locais que atendam os critérios de necessidades .
Os carros fumacês, que fazem a pulverização onde existe a maior criação dos vetores das doenças, ou onde surjam números maiores de pessoas doentes por causa do mosquito, são insuficientes para atender os 102 municípios alagoanos, pois no estado existem apenas seis.

SECRETÁRIO municipal de Saúde, Glifson Magalhães, investe em mutirões para combater o mosquito transmissor das doenças  (Foto: Lucianna Araújo)

SECRETÁRIO municipal de Saúde, Glifson Magalhães, investe em mutirões para combater o mosquito transmissor das doenças
(Fotos: Lucianna Araújo)

“Esses carros são uma parceria entre o governo federal e o governo municipal, mas não podemos só pensar que o fumacê é que vai solucionar o problema dos vetores. Com a falta do larvicida, que é de competência federal, a população precisa fazer sua parte e entender que o agente de endemias faz visitas domiciliares, com o trabalho de conscientização, e também ajudam a identificar a presença das larvas dos mosquitos. Muitos agentes encontram resistência da população, porque acha que eles não podem ajudar a resolver o problema. Mas isso é um erro. Temos trinta e três agentes que estão aí para ajudar no combate ao mosquito”, disse o secretário municipal de Saúde de Palmeira dos Índios, Glifson Magalhães.

A COORDENADORA de Vigilância em Saúde, Rebeca Oliveira, explicou que o zika vírus e a febre chikungunya não levam o doente a óbito

A COORDENADORA de Vigilância em Saúde, Rebeca Oliveira, explicou que o zika vírus e a febre chikungunya não levam o doente a óbito

Coordenadora explica a doença

A coordenadora de Vigilância em Saúde da Secretaria, Rebeca Oliveira Araújo, explicou que o zika vírus, ou mesmo a chikungunya, não levam o paciente a óbito.  Ela esclareceu que as duas mortes ocorridas no município, divulgadas como vítimas do zika, são informações incorretas. “Um paciente morreu de acidente vascular encefálico (AVC), e o outro de doença pulmonar obstrutiva crônica.
Então, é preciso ter cuidado ao divulgar certas coisas para não causar mais pânico na população. Existem quatro tipos diferentes do vírus da dengue e tanto o zika, como a chikungunya e até mesmo a dengue são vírus diferentes mas que apresentam sintomas parecidos, como dores nas articulações, manchas pelo corpo, fraqueza, falta de apetite ou dor de cabeça. Mas só o exame de sangue vai definir qual o tipo da doença”, afirmou.

Ela disse, ainda, que ao sentir qualquer desses sintomas, a pessoa deve procurar orientação nos postos de saúde, fazer uma boa hidratação, tomar o antitérmico recomendado pelo profissional de saúde e ter bastante repouso.

“É importante procurar atendimento médico ao observar algum desses sintomas, que muitas vezes são confundidos com viroses ou gripe. Como não existe um tratamento específico, a pessoa necessita de acompanhamento médico para cuidar dos sinais e sintomas que a doença provoca. Mas reforço que esse primeiro atendimento deve ser feito na Unidade de Saúde de sua comunidade”, ressaltou Rebeca Oliveira.

Além dos sintomas já citados, o aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos nas mucosas (como nariz e gengivas) e dor abdominal intensa e contínua podem indicar a evolução para a dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença. Ela acomete, em geral, quem já teve anteriormente um tipo de dengue e pegou um novo tipo. Essa é a teoria mais aceita hoje, de acordo com o Ministério da Saúde.

Conheça as doenças causadas e transmitidas pelo Aedes Aegpty

Dengue

Além de ser a mais comum no Brasil, é também a mais grave entre as três patologias. Com curso de aproximadamente sete dias, pode causar febre alta, dores de cabeça, principalmente atrás dos olhos, dores no corpo, fraqueza, prostração, manchas e coceira na pele. “Nos quadros mais graves podem ocorrer fenômenos hemorrágicos”, explica Marise. Ela alerta que em casos extremos a dengue pode levar ao óbito, por choque, ou hemorragia.

Febre chikungunya

Foram 1.688 casos confirmados até abril. Ela pode ser transmitida, também, pelo Aedes albopictus, mosquito presente na área rural. O sintoma mais característico, além dos que são comuns à dengue, é a dor intensa nas articulações. A dor pode durar semanas, ou em casos mais graves tornar-se crônica. A chikungunya é menos grave que a dengue, no entanto em cerca de 20% dos casos as dores podem persistir por anos. Isso causa uma dificuldade de movimentação, o que tem grande impacto na vida do paciente.

Zika
Por sua vez, é a que apresenta, na maioria das vezes, o quadro mais brando. Os sintomas, semelhantes aos da dengue e da chikungunya, duram em torno de cinco a sete dias. Ainda não foram registrados casos graves da doença no país, ou de morte.

Prevenção, diagnóstico e tratamento

A prevenção, em todos os caos, está ligada a evitar o contato com o vetor. Medidas já conhecidas, como não deixar água acumulada em latas, pneus, vasos de plantas, entre outros, se assegurar de que a caixa d’água está bem tampada e limpar calhas, previnem a formação de criadouros do mosquito.
Apenas o exame de sangue pode dar um resultado confiável. O diagnóstico etiológico não existe. A prova do laço pode ser positiva ou negativa em pessoas com dengue. Não existe nada que, clinicamente, possa definir se o paciente está infectado com algum dos três vírus. Só o exame laboratorial pode dar essa certeza.

Como ainda não existe um antiviral para combater nenhuma das três doenças, o tratamento indicado para elas também é semelhante, ou suportivo. A principal medida é a hidratação e, no caso da chikungunya, os analgésicos.

Como as doenças são muito parecidas, o Ministério da Saúde alerta para o risco da medicação sem indicação médica. No caso da dengue é suspenso o uso de anti-inflamatórios e AAS, medicamentos que aumentam o risco de hemorragia, por isso ao apresentar os sintomas, é importante procurar a assistência médica que fará o diagnóstico corretamente.