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Quais sentimentos emergem após atos terroristas?

23/11/2015
Quais sentimentos emergem após atos terroristas?
(Foto: Notícias ao Minuto)

(Foto: Notícias ao Minuto)

A ocorrência de um atentado terrorista é muito mais sentida, obviamente, por quem de alguma forma é parte do contexto – parentes de vítimas e de autores de ataques, moradores de cidades como Nova York, Beirute e Paris, ou simpatizantes de grupos extremistas, para citar alguns exemplos. A gravidade dos fatos, porém, faz emergir em qualquer indivíduo sentimentos variados e opostos, dependendo da linha de conduta e visão de mundo – e vida – de cada um.

Omar Abaaoud, pai de Abdelhamid Abaaoud, suposto mentor dos atentados de Paris, diz ter raiva do filho e gostaria que ele tivesse sido capturado vivo para argumentar sobre como chegou a tal nível de intolerância e crueldade. “Ele está profundamente depressivo”, disse à imprensa internacional o advogado de Omar.

Da raiva para a alegria, jihadistas do Estado Islâmico gravaram um vídeo após os atentados de Paris dizendo-se “muito bem por haver tantos infiéis mortos”. “É um grande prazer. É uma vitória para Alá”, bradaram.

Da raiva e da alegria, para a solidariedade. Ainda no dia dos atentados, usuários do Twitter criaram a hashtag #PorteOuverte (porta aberta, em francês), que consistiu na oferta de abrigo para pessoas que estivessem pelas ruas assustadas, procurando por um lugar seguro. As redes sociais, vejam, são capazes de prestar serviços dos mais valiosos em momentos de tamanha delicadeza.

Da raiva e da alegria, passando pela solidariedade, chegando-se à aversão ao ódio. Este é o sentimento alegado por Antoine Leiris, que perdeu a mulher nos atentados à capital francesa. “Vocês roubaram o amor da minha vida, a mãe do meu filho, mas não vão ter o meu ódio”, escreveu em um comovente relato no Facebook, dirigido aos autores dos atentados. No momento em que escrevia o testemunho, Antoine revelou que o filho de 17 meses estava acordando da sesta. “Agora ele vai comer como em todos os dias, depois vamos brincar como fazemos todos os dias. E, durante toda a sua vida, este rapaz vai fazer a afronta de ser feliz e livre”, finalizou o francês.