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Pequenos agricultores ganham vez e voz em conferências territoriais


Pequenos agricultores puderam levantar questões pertinentes ao dia a dia do campo. (Foto: Vinicius Rocha)
A primeira das sete etapas das Conferências Territoriais de Assistência Técnica e Extensão Rural foi realizada na terça-feira, 10, em Delmiro Gouveia, no território do Alto Sertão e se mostrou um sucesso de público. Eram esperados, cerca de 80 agricultores dos oito municípios que compõem a região – Canapi, Inhapi, Água Branca, Olho D’água do Casado, Mata Grande, Pariconha, Piranhas, além de Delmiro Gouveia – mas a mobilização foi intensa e mais de 120 pessoas participaram da conferência.
Promovidas pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri) e pelo Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater/AL), as conferências visam discutir propostas, estratégias e demandas da agricultura familiar de cada território alagoano. Os termos debatidos entrarão em pauta na conferência estadual, que acontece entre janeiro e abril de 2016,
As demais conferências territoriais devem acontecer até dezembro próximo em outras sete localidades colhendo delas os temas específicos de cada região.
A próxima conferência territorial é do Agreste. Ela acontece, nesta quarta-feira, 12, na Uneal, em Arapiraca. Os preceitos que envolvem os temas para a conferência nacional saem do tema “Ater, agroecologia e alimentos saudáveis”.
Para Nelliane de Gusmão, assessora técnica do Conselho Estadual do Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Cedafra), as reuniões territoriais democratizam o debate entorno da assistência técnica para o pequeno agricultor e dá ainda a oportunidade de voz a esse público, já que durante o encontro são escolhidos delegados para representar cada região na conferência estadual.
“A conferência do Alto Sertão trouxe mais gente do que esperávamos e isso é um bom sinal para a construção de uma ampla rede de debates em todo o Estado e que deverá ser sintetizada na conferência Estadual”, explicou a assessora.
Ainda segundo ela, após a etapa estadual do processo, os delegados de Alagoas participarão da conferência nacional, em Brasília, em 2016; e de lá, sairá um documento que norteará a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) no Brasil durante os próximos anos, e que incluirá, as necessidades específicas de cada Estado.
Para Maria Ângelo Nascimento, articuladora regional do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, que trabalha com 140 mulheres só na região do Alto Sertão, as discussões devem ser construtivas para que as principais demandas de cada região possam ser colocadas em pauta.
“Colocamos nossos anseios, preocupações e desejos de mudança para que a partir daqui a gente tenha oportunidade, inclusive com propostas direcionadas para as mulheres do campo”, ressaltou Maria Ângelo.
Eixos de discussão
Além da escolha dos delegados, as discussões nas conferências são baseadas em três eixos principais: sistema nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – fortalecimento institucional, estruturação, gestão, financiamento e participação social; Assistência Técnica e Extensão Rural e políticas públicas para agricultura familiar; formação e construção de conhecimentos na Assistência Técnica e Extensão Rural.
Existem, sobretudo, três eixos transversais: Assistência Técnica e Extensão Rural para mulheres rurais, Assistência Técnica e Extensão Rural para a juventude rural e Assistência Técnica e Extensão Rural para povos e comunidades tradicionais.
Além disso, uma das exigências para a realização das conferências e para a escolha dos delegados, é que se obedeça à representatividade de gênero, jovens, povos e comunidades tradicionais.
Jaílma Gomes, agricultora quilombola do povoado da Cruz, em Delmiro Gouveia, acredita que as conferências possam trazer benefícios para a sua comunidade.
“Nós participamos porque sabemos que a comunidade carece de atenção e se nós não viermos falar aqui sobre os nossos problemas, muitas vezes ficamos esquecidos, mas espero que nós possamos ter uma melhor assistência com relação aos problemas que a gente tem lá”, disse a agricultora.
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