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‘Recebo muito carinho dos torcedores, mas não me sinto ídolo’, diz Guerrero

09/11/2015
‘Recebo muito carinho dos torcedores, mas não me sinto ídolo’, diz Guerrero
(Foto: Goal.com)

(Foto: Goal.com)

Paolo Guerrero chegou no Flamengo com status de ídolo e salvador da pátria. Porém, depois de um ótimo início com a camisa rubro-negra, o peruano caiu de rendimento junto com a equipe e amarga um momento ruim no Campeonato Brasileiro. O objetivo de conquistar uma vaga no G-4 está mais distante depois da sequência negativa de sete jogos sem vitórias, mas o sonho ainda permanece. Assim como o desejo de disputar uma Copa do Mundo defendendo o Peru.

Principal jogador da Seleção, e artilheiro da última Copa América disputada no Chile, Guerrero, que fez história no Corinthians e se tornou também o maior artilheiro estrangeiro do Timão, conversou com a Goal, e falou sobre a sua escolha de permanecer no futebol brasileiro e se recusou a ser chamado de ‘ídolo’.

Por que um atacante com muito prestígio, que poderia estar jogando em um grande clube europeu, preferiu deixar a Alemanha e jogar no Brasil?

Creio que depois do Mundial de Clubes, eu criei um grande carinho pelo Brasil. Depois de passar por um grande clube como o Corinthians, quis permanecer aqui e hoje estou jogando em outro grande clube que é o Flamengo. Apesar do pouco tempo, tenho recebido muito apoio e carinho dos torcedores. Então, depois de tudo isso, foi difícil sair do Brasil, por tudo o que o país representa hoje para mim.

Você alcançou todos os seus objetivos no Brasil? Se sente um ídolo em terras brasileiras?

Meus objetivos ainda estão vigentes. Hoje estou no Flamengo e quero conseguir algo importante com este grande clube. Todo ano que passa, tenho meus objetivos e metas que quero alcançar. Não me sinto um ídolo. Penso que um jogador jamais deve dizer isso. Acho que no final da carreira, você mesmo tem que sentir satisfação de que fez um ótimo trabalho.

A Seleção do Peru possui bons jogadores. Por que não se classificou para a Copa do Mundo?

É verdade. Hoje, o Peru tem bons atletas e sempre tivemos bons jogadores na equipe. Creio que é uma questão de confiança, e penso que hoje contamos com uma seleção de jogadores com dinâmica. Como disse antes, nós podemos lutar e jogar de igual para igual com qualquer seleção.

O Peru não participa de um Mundial há muito tempo. Há uma pressão maior para vocês?

Sinto que não existe essa possibilidade de sentir uma pressão por não disputar um Mundial há bastante tempo. Acredito que o técnico Gareca protege os jogadores desta pressão, mas estamos conscientes deste período fora da Copa.

Nas últimas duas edições da Copa América, o Peru conseguiu o terceiro lugar. No entanto, nas Eliminatórias, a Seleção não vai bem. Como explicar?

Acredito que são processos diferentes. Na Argentina, estávamos com Sergio Markarian que, sem dúvida, fez um grande trabalho. E nesta última Copa América se viu uma seleção mais madura, com mais dinâmica e experiência dos meus companheiros, já que estão jogando no exterior. É importante jogar nos campeonatos competitivos. Se estamos jogamos desta maneira, é por causa do trabalho do professor Gareca e sua equipe. Eles conversam muito com a gente e passam confiança para entender o que ele pede em campo.

Começamos com dois resultados negativos, mas o Peru possui uma equipe que pode classificar, que pode jogar de igual para igual e não estamos tão distantes das seleções favoritas.

Depois do jogo contra o Chile, você falou que o Peru foi melhor apesar da derrota. Agora, de cabeça fria, você ainda tem a mesma opinião?

Nunca disse que o Peru foi melhor em campo. Mas fizemos um grande trabalho, jogando a maior parte do tempo com dez jogadores e às vezes nove. Não conseguimos manter o resultado com sabedoria. De qualquer forma, devemos reconhecer que o Chile é uma grande seleção.

O clima de guerra que ocorre antes de Chile e Peru acaba afetando a equipe? Já que houve duas expulsões na partida…

Está faltando alguma coisa para a equipe nos últimos encontros com o Chile. Pode ser concentração e devemos saber jogar contra eles. O Chile é uma equipe que sabe usar alguns truques e devemos aprender a controlar isso. Não vou negar que foi prejudicial, mas aprendemos a lição e espero que nos próximos jogos contra eles, não cometemos os mesmos erros.

O que espera da partida contra o Paraguai?

Todos sabem que é uma equipe muito difícil. É uma seleção corajosa, mas temos de pensar que jogamos em casa e vamos contar com o apoio de nossa torcida. Então, os primeiros três pontos têm que ficar em casa.