Cidades
Cras Dom Adelmo completa 11 anos de atendimento à comunidade

Em outubro de 2004, as famílias da parte baixa de Maceió comemoravam a inauguração de um dos mais movimentados equipamentos sociais da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas): o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Dom Adelmo Machado. Localizado no bairro do Prado, há 11 anos, o Centro iniciava seus trabalhos na região, de maneira tímida. A articulação com líderes comunitários e com algumas associações informais foram essenciais para a instalação do Cras.
Os primeiros trabalhos de acompanhamento familiar, realizados pelas equipes de profissionais do Cras Dom Adelmo, foram começando, aos poucos, a protagonizar os principais assuntos comentados nos bairros e conjuntos referenciados (Levada, Ponta Grossa e adjacências) até que a população começou a chegar, de maneira voluntária, para conhecer o que aquela unidade pública tinha para oferecer.
“A gente sabia que havia sido inaugurando algum prédio da Prefeitura, mas a gente não sabía, de início, o que havia sido colocado no nosso bairro. Quando a gente ficou sabendo que tinha um monte de coisa [grupos referenciais] que oferecia ocupação e era de graça, eu me lembro que todo mundo correu para saber do que se tratava”, conta dona Maria Aparecida dos Santos, moradora do bairro onde está localizado o Cras.
Com o avanço dos anos, muita coisa foi crescendo e os grupos referenciais, do que mais tarde viria a ser chamado de Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), foram, cada vez mais, ganhando vez e voz dentro do equipamento. Hoje, o Centro acompanha cerca de 5 mil famílias, por meio do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família, o Paif.
As segundas e quartas-feiras são ‘sagradas’ no calendário semanal de 21 mulheres que formam o Motivarte, que é o grupo de mulheres artesãs do Cras Dom Adelmo. Pelo menos duas vezes na semana, elas se reúnem e dividem os dias para discutir as lições de cooperativismo – trabalhando o psicológico e o convívio coletivo das participantes – e a produção das peças feitas, cuidadosamente, à mão.
Os trabalhos de consultoria que resultaram na formalização do grupo foram realizados por meio de parceiras com alguns órgãos, como a Rede Interuniversitária de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho (Unitrabalho) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal). As artesãs passaram por um processo de sensibilização voltado à comunicação no processo de comercialização dos produtos e hoje já possuem uma associação independente.
“A gente acompanhou a evolução de um grupo de donas de casa que começou a se reunir aqui no Cras, ainda sem muito foco no que queriam. Começamos a produzir artesanato e hoje ele se transformou em uma associação. A gente formou um grupo de geração de renda, todo legalizado. Sem dúvidas essa foi uma conquista histórica, nesses 11 anos de Cras”, comenta Djane Pacheco, coordenadora do Cras Dom Adelmo.
Numa sala próxima ao espaço destinado para o armazenamento das peças e dos materiais do Motivarte, o Grupo de Ciranda do CRAS, formado pelas senhoras do grupo de idosos do Centro, se reúne até três vezes por semana. Além das oficinas de dança e artesanato, as usuárias participam de outros tipos de atividades, como as que trabalham o condicionamento físico e as ações que discutem os direitos dos idosos.
“Quando a gente para analisar os benefícios que os Cras concede às comunidades e às famílias referenciadas, a gente encontra vários motivos para comemorar. Com o Centro Dom Adelmo não é diferente. Quando a gente visita as reuniões grupais desenvolvidas lá, a gente tem somente uma amostra da qualidade do trabalho que é desenvolvido pelos nossos usuários – dos quais temos muito orgulho – e que só se repetem nas demais unidades desse equipamento que estão espalhadas pelo município”, destacou a secretária de Assistência Social de Maceió, Celiany Rocha.
Com a meta de garantir o desenvolvimento social das famílias referenciadas, atingindo cada membro familiar com ações e projetos de promoção da autonomia dos cidadãos, o Cras Dom Adelmo Machado também possui um grupo do Serviço de Convivência direcionado às crianças e adolescentes da região, outro específico para as gestantes e um grupo de escoteiros independentes. Todos eles cresceram, graças ao engajamento da comunidade com o Centro, e 11 anos após a inauguração do Centro os projetos beneficiam centenas de usuários diretamente.
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