Uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo e a maior da América Latina, a Biblioteca Nacional comemora 205 anos nesta quinta-feira (29). A data também marca a comemoração do Dia Nacional do Livro.

A instituição abriga, no centro do Rio de Janeiro, obras raras e verdadeiras relíquias, como Os Lusíadas, de 1572, de Camões; a Bíblia de Moguncia, de 1462, a Coleção Thereza Christina Maria, doada à biblioteca pelo próprio Imperador Dom Pedro II, a carta de Abertura dos Portos às Nações Amigas, escrita por Dom João de Bragança em 1808, além de partituras, mapas, gravuras e fotos. Todas essas obras foram digitalizadas e estão disponíveis em http://bndigital.bn.br/.

O núcleo original do acervo da Biblioteca Nacional, calculado hoje em cerca de 10 milhões de itens, é a antiga livraria de D. José, organizada sob a inspiração de Diogo Barbosa Machado, abade de Santo Adrião de Sever, para substituir a Livraria Real, cuja origem remontava às coleções de livros de D. João I e de seu filho D. Duarte, e que foi consumida pelo incêndio que se seguiu ao terremoto de Lisboa de 1º de novembro de 1755.

Com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, cerca de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas, foram trazidas de Portugal e inicialmente acomodadas em uma das salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, no Rio de Janeiro.

Por meio de decreto datado de 29 de outubro de 1810, o príncipe regente D. João VI determinou que, no lugar que serviu de catacumba aos religiosos do Carmo, fosse levantada e acomodada a Real Biblioteca e instrumentos de física e matemática. A abertura ao público se deu apenas em 1814. E, com a volta da família real a Portugal, em 1821, grande parte dos manuscritos do acervo foi levada de volta.

Ao longo dos anos, a administração da Biblioteca Nacional já passou pelos antigos ministérios do Interior e Justiça, da Educação e Saúde, e da Educação e Cultura, e depois para o Ministério da Cultura (criado em 1985), por meio de sua entidade vinculada, a Fundação Biblioteca Nacional (FBN).

A FBN possui em sua sede um Escritório de Direitos Autorais para registro e averbação de direitos de autor, que é também a Agência Nacional do ISBN (International Standard Book Number). Ela é quem abriga exemplares de todas as obras lançadas no Brasil, conforme a Lei 10.994, de 2004, do Depósito Legal, a qual se assegura o registro e a guarda da produção intelectual nacional.

Para comemorar a data, a FBN realiza, às 17h30 desta quinta-feira, no auditório Machado de Assis, uma conferência do poeta, ensaísta, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Antonio Carlos Secchin, com o tema Os filhos de Machado de Assis.

Conferência Os filhos de Machado de Assis – com Antonio Carlos Secchin, poeta, ensaísta, membro da ABL e professor emérito da UFRJ

Horário: 17h30

Endereço: Rua México s/n Centro – Rio de Janeiro (RJ).