Política

Forasteiros querem dominar política em cidades do interior alagoano

07/10/2015
Forasteiros querem dominar política em cidades do interior alagoano

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Política virou profissão. Não é mais a arte de servir. Hoje em dia, o carreirismo eleitoral virou moda e palavra de ordem entre os que habitam a seara e que se especializam a cada dia nos métodos de “ganhar” eleições.

E não adianta o esforço da população que vai às ruas protestar. Reforma política, essencial para o país avançar, saiu em formato de miniatura, tímida e acanhada, com a sanção presidencial do texto aprovado pelos ilustres senadores e deputados, na segunda-feira, 28.

As mudanças são mínimas e não causam impacto no voraz sistema eleitoral existente. Apenas, um paliativo para aplacar o ânimo dos descontentes com os rumos do país.

Todavia há de se ressaltar o “progresso” da proibição do financiamento privado nas eleições, embora a prática seja difícil de derrubar, por que nesses tempos eleitorais “boi voa” e “vaca tosse”.

Mas diante das mudanças, o brasileiro sempre há de dar um jeitinho para a “burla” eleitoral. E existem aqueles também, que saturados nos lugares onde pelejaram eleitoralmente a vida toda, procuram outras plagas para tentar renascer politicamente.

Palmeira dos Índios, no ano 2000, teve uma experiência semelhante. O então deputado Albérico Cordeiro, detentor de 5 mandatos na Câmara Federal e de altos cargos na esfera governamental, com brilho próprio dentro do seu partido, o PTB, em nível nacional, deixou o conforto do Planalto Central para disputar a eleição da prefeitura de Palmeira dos Índios, que acumulava, na época 22 folhas de salários atrasados.

Mas o que atraia o deputado forasteiro à Palmeira dos Índios, e ainda tendo que enfrentar uma batalha judicial no Tribunal Superior Eleitoral para garantir a candidatura a uma prefeitura em pré-falência?

Ninguém até hoje sabe ao certo, exceto algumas más línguas, que ainda povoam as esquinas palmeirenses.

Nelson Jobim, o ministro gaúcho do TSE concedeu a Cordeiro o direito de ser candidato na terra em que Graciliano Ramos foi prefeito e abriu jurisprudência no país para aqueles que na condição dele se dispusessem a sair de seu domicílio de origem para disputar eleições em terras alheias.

E de lá para cá, a coisa virou moda e detentores de mandatos ou de poder político, ou no ostracismo em suas terras, se aventuram em cidades estranhas para gerenciar FPM’s, Fundeb’s, recursos dos SUS, entre outros menores como IPVA e ISS.

Em 2016 algumas ‘diligências’ com caubóis forasteiros irão aportar em cidades do interior alagoano ou como dizia o “vocalista-coxinha” Roger Moreira do grupo Ultraje a Rigor, eles “vão invadir sua praia”.

GIVALDO CARIMBÃO transferiu domicílio para o município de Delmiro Gouveia e confirmou candidatura

GIVALDO CARIMBÃO transferiu domicílio para o município de Delmiro Gouveia e confirmou candidatura

O deputado Givaldo Carimbão transferiu o domicílio para Delmiro Gouveia e já anunciou a nova moradia. Antes teve que escolher entre três cidades, qual seria sua presa primeira; Delmiro tem atrativa fonte de recursos e se destaca no alto sertão alagoano.

KÁTIA BORN há um ano ocupa a secretaria de Saúde de Rio Largo; é a candidata do PSB em 2016

KÁTIA BORN há um ano ocupa a secretaria de Saúde de Rio Largo; é a candidata do PSB em 2016

Katia Born, ex-prefeita de Maceió, e oriunda de Viçosa, escolheu a combalida Rio Largo para tentar ser prefeita. Para mostrar serviço, assumiu a secretaria de saúde local e hoje já se familiariza com a cidade que mais cresceu em numero de eleitores e que quase está integrada à capital, separada apenas por um aeroporto.

FRANCISCO TENÓRIO  tem cabos eleitorais trabalhando em Palmeira dos Índios desde 2014

FRANCISCO TENÓRIO tem cabos eleitorais trabalhando em Palmeira dos Índios desde 2014

Em Palmeira dos Índios, o polêmico deputado-delegado-e-outras-coisas-mais Francisco Tenório, abalizado em 2500 votos obtidos a custa de 70 cabos eleitorais regiamente pagos na eleição de 2014, acha que pode governar a cidade onde nasceu um contra parente seu (distante e por trás da serra) Natalício Tenório Cavalcanti de Albuquerque, o “homem da capa preta”, que fez fama em Duque de Caxias, na baixada fluminense, Rio de Janeiro.

Cada um no seu direito em disputar a eleição. E cada cidadão no dever de escolher bem!

A janela de Albérico Cordeiro para os forasteiros ainda permanece aberta. Mas os tempos são outros e as lembranças de estranhos comandando as terras e as gentes que nunca manteve contato, sem raízes, não são boas.

Em Delmiro Gouveia a resistência (inclusive pelas redes sociais já é visível) e políticos de oposição – antes desunidos, já pensam em união.

Rio Largo assiste tudo isso pela primeira vez. Em Palmeira dos Índios, ainda não “caiu a ficha” no povo! Mas a última experiência foi terrível!

Além desses municípios há rumores de outros pretensos candidatos “de fora” em municípios que nunca bateram um prego numa barra de sabão.

Será que a população dessas terras merece isso novamente?