O termo “Bispo”, na hierarquia da Igreja Católica, trata-se de uma função sacerdotal e ministerial que tem por dever governar e orientar o Povo de Deus, em sua ação pastoral. Ele é o Pastor que conduz os “fiéis” (incorporados a Jesus Cristo pelo Batismo), a seguir na comunhão universal com a Igreja Latina. O nº 179 do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC) assegura que Cristo instituiu o Bispo para “apascentar o povo de Deus em seu nome, e para isso lhe deu autoridade”. Os Bispos são os sucessores dos Apóstolos de Jesus. Pela Consagração Episcopal, os Bispos possuem o “múnus” de santificar, ensinar e governar os Fiéis em suas jornadas na vida cristã.

Segundo a doutrina católica, os Fiéis são todos os Ministros Sagrados (aqueles que receberam o Sacramento da Ordem), como o Papa, os Cardeais, os Bispos, os Padres e os Diáconos, além dos Membros Consagrados (Frades e Freiras) e dos Leigos (todo o povo cristão). De modo geral, os Fiéis possuem o direito de fundar e dirigir livremente associações para fins de fraternidade, caridade e piedade, ou para favorecer a vocação cristã no mundo, na qual as criaturas adoram e glorificam seu criador.

Os Fiéis Leigos (reconhecidos por meio do batismo e da confirmação da Crisma), que são a maioria na Estrutura da Igreja Cristã, em relação ao “Clero” (Papa, Cardeais, Bispos, Padres e Diáconos), gozam de igualdade em termos de dignidade, mas não de funções. Em sua grande maioria, os Fiéis Leigos não decidem, não protestam, somente escutam e obedecem. Alguns desses Fiéis (Leigos), pelo exercício regular em Conselhos Evangélicos e, de modo peculiar, pela consagração a Deus, opinam mediante votos ou outros vínculos reconhecidos pela Igreja, podendo contribuir na missão salvífica da Igreja de Cristo.

Em meados dos anos 60, após a Instalação da Diocese de Palmeira dos Índios, em Alagoas, o primeiro Pastor Diocesano, Dom Otávio Barbosa de Aguiar, em sua ação pastoral, estabeleceu a criação informal de um Conselho de Leigos, formado por pessoas idôneas e participativas na cidade para lhe aconselhar em assuntos pertinentes à comunidade local. Sendo assim, convidou um (1) pecuarista, dois (2) comerciantes e dois (2) médicos para integrar este “staff” diocesano. Eram eles Rosalvo Damião, Luiz B. Torres, José Duarte Marques (Jota Duarte), José Valdomiro Motta e Gastão Leão Rego, respectivamente, cujos encontros eram realizados na própria Residência Episcopal. Não se esquecendo da figura ímpar do Padre Odilon Amador dos Santos, Pároco da Catedral, que servia ao grupo como Orientador Espiritual, durante toda a gestão do Bispo Diocesano.

Como se fosse hoje, lembro-me de várias obras realizadas por Dom Otávio Aguiar na Diocese de Palmeira dos Índios, principalmente na Sede do Episcopado, com o apoio moral e as sugestões deste colegiado leigo. Por algumas vezes, vi esse grupo se dirigir até a Estação Ferroviária para receber doações de roupas e alimentos do governo norte-americano, através do programa “Aliança para o Progresso”, instituído pelo Presidente John Kennedy, para atender às famílias necessitadas da região. Também foi por aconselhamento deste Grupo que o Bispo criou e instalou o “Clube das Mães”, para auxiliar as gestantes e as futuras mães pobres da jurisdição da Diocese, gratuitamente. Foram eles os primeiros diocesanos a ter conhecimento da criação e da instalação do “Seminário Menor de Palmeira dos Índios”.

Em razão de doações financeiras enviadas por organizações católicas da Holanda e da Alemanha, Dom Otávio Aguiar construiu e inaugurou “Centros Socais Urbanos” em diversos bairros de Palmeira dos Índios, visando atender às necessidades da população pobre local. Inclusive, construiu dezenas de casas na Rua 20 de Agosto, no bairro São Cristóvão, cujos imóveis foram doados à Sociedade de São Vicente de Paulo. Lá, além dos Vicentinos, estavam presentes “Os Homens do Bispo” – Rosalvo Damião, Luiz Torres, Jota Duarte, Valdomiro Motta, Gastão Rego e Odilon Amador… Pensemos nisso! Por hoje é só.