O secretário Álvaro Vasconcelos, destacou a importância da reabertura da unidade industrial: “Mais de dois mil trabalhadores ficaram sem emprego com o fechamento dessa usina, além de centenas de pequenos produtores que perderam sua colheita de cana por não ter a quem vender” (Foto: Petrônio Viana)

Com o intermédio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), a Cooperativa dos Produtores Rurais do Vale de Satuba (Coopvale) busca, junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB), financiamento para reativação da usina Uruba. A unidade industrial localizada no município de Atalaia fechou as portas há cerca de três anos, deixando uma dívida de aproximadamente R$ 18 milhões com seus antigos fornecedores.

Entre os credores da Uruba estão os 21 integrantes da Coopvale, criada em junho de 2014. Nesta terça-feira (25), diretores da cooperativa estiveram reunidos com o superintendente do BNB no Estado, Antônio César de Santana, com o gerente da agência Centro, Henrique Plech, e com o secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, para discutir a possibilidade de liberação de recursos da instituição financeira para o arrendamento da Uruba, em processo já autorizado pelo Poder Judiciário.

De acordo com o empresário Glauber Tenório, a Coopvale precisa de R$ 2,5 milhões para manutenção dos equipamentos da Uruba e mais R$ 20 milhões para capital de giro, incluindo a estocagem do açúcar produzido pela unidade para que ele possa ser negociado por um preço aceitável, evitando a oferta excessiva e consequente queda na cotação do produto.

“As usinas alagoanas têm hoje uma dívida de aproximadamente R$ 200 milhões com os fornecedores de cana. Queremos reabrir essa unidade e os postos de trabalho que foram fechados com ela. Mas isso precisa ser feito o mais rapidamente possível, para que o maquinário da Uruba não seja roubado ou vire sucata”, alertou o diretor da Cooperativa.

O superintendente do BNB firmou o compromisso de levar o pleito dos produtores à presidência da instituição, mas apontou dificuldades na liberação do crédito em decorrência da atual crise financeira vivida pelo país. “Eu sugiro que a cooperativa trabalhe na definição de um formato administrativo bem estruturado, com um conselho gestor independente. Vivemos um cenário muito difícil, mas uma boa estrutura administrativa dá respaldo ao pleito dos produtores”, disse Santana.

O secretário Álvaro Vasconcelos, que intermedia o contato entre o BNB e a Coopvale desde julho, destacou a importância da reabertura da unidade industrial, principalmente para os pequenos produtores e trabalhadores ligados à Uruba. “Mais de dois mil trabalhadores ficaram sem emprego com o fechamento dessa usina, além de centenas de pequenos produtores que perderam sua colheita de cana por não ter a quem vender. Por isso, o Governo do Estado tem apoiado a Coopvale e busca o entendimento com o Banco do Nordeste para que o financiamento aconteça”, disse Vasconcelos.