Política

Mototaxistas protestam na Câmara de Vereadores de Palmeira contra SMTT

26/08/2015
Mototaxistas protestam na Câmara de Vereadores de Palmeira contra SMTT
Mototaxistas lotaram o salão de visitantes da Câmara Municipal de Palmeira dos Índios (Foto: Lucianna Araújo)

Mototaxistas lotaram o salão de visitantes da Câmara Municipal de Palmeira dos Índios (Foto: Lucianna Araújo)

Mototaxistas de Palmeira dos Índios pediram aos vereadores do município para ter acesso à sessão ordinária, realizada hoje pela manhã na Câmara, e solicitaram aos parlamentares que intercedessem por eles junto à Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT). Com direito à voz no plenário, eles protestaram contra um provável aumento no número de mototáxis, concedido pela SMTT e que pode começar a circular ainda este ano pela cidade. Eles reclamaram, também, do alto preço do alvará para usar a moto como transporte remunerado, da falta de capacitação profissional e da quantidade de mototáxis que atuam clandestinamente na região. Este último item, segundo o Sindicato dos Mototaxistas de Palmeira, precisa ser resolvido com a máxima urgência, porque deixa os passageiros vulneráveis a assaltos e expostos a outros riscos.

Segundo a categoria, a crise brasileira, que também afeta o setor de transporte no município, impede que aqueles que já estão no mercado de trabalho obtenham o mínimo de lucro para a sobrevivência, a partir das corridas de passageiros. E se o número de mototáxis aumentar a situação fica ainda pior.

Além disso, o preço do alvará, documento cobrado pela SMTT, em Palmeira, para que eles recebam a licença para pilotar a moto e transportar passageiros, é o maior de Alagoas. “Pagamos, anualmente, R$ 200 para obter esse alvará. E se trocarmos de moto, por exemplo, lá se vão mais R$110. Não estamos em condições de trabalhar dignamente. Falta o curso de capacitação, faltam coletes que nos identifica, e ainda por cima temos um alto número de mototáxis por causa da clandestinidade. Somamos 350 mototaxistas, mas com os clandestinos esse número chega a 700. Quem vai ter coragem de colocar um filho em uma moto, para ir à escola, por exemplo, se não tiver certeza de que o mototaxista tem a licença para transportar passageiros? Ninguém vai querer arriscar a própria vida. Pagamos nossas taxas e queremos garantias de que podemos trabalhar dignamente. A SMTT prometeu um curso de capacitação para o mês de janeiro. Estamos no final de agosto, e até agora, nada. Nem coletes para trabalhar nós temos. Estão todos rasgados”, disse o presidente da Associação dos Mototaxistas de Palmeira dos Índios, Ademildo Marques Pereira.

Os vereadores se comprometeram a entregar, pessoalmente, um requerimento ao superintendente da SMTT, Aurélio Brasileiro, para marcar uma reunião entre os parlamentares, mototaxistas e o superintendente, para que tentar um acordo entre as partes. “Vamos construir um debate cordial para que obtenhamos da SMTT todas essas respostas feitas pelos mototaxistas”, garantiu o vereador Sérgio Passarinho.

SMTT

O superintendente do órgão, Aurélio Brasileiro, falou que os mototaxistas estão desinformados. Segundo ele, se for preciso, vai abrir concessão de alvarás para que a quantidade de mototaxistas e taxistas do município seja ampliada. “Até o final do ano, o conjunto habitacional Brivaldo Medeiros, que possui 1400 casas, deve ser inaugurado. E vamos precisar de mais transportes alternativos, mais motos e mais táxis para atender essa demanda. Os mototaxistas estão desinformados. Quanto mais uma cidade cresce, mais ela precisa de transporte. De acordo com a Lei, é preciso um ponto de táxi ou moto para cada 300 habitantes. Vamos solicitar ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), que levante o número real de habitantes de Palmeira . A partir disso é que veremos a real necessidade de aumentar, ou não, o número desse tipo de transporte na região”. E continuou: “Já com relação à clandestinidade, é muito difícil controlar isso. Nós autuamos, damos multas, e em poucos dias, eles estão nas ruas novamente”, salientou.

Ele disse, ainda, que o valor cobrado pelo alvará do mototaxista não é o mais caro do Estado. “Cobramos este valor apenas uma vez por ano. Em outros municípios, a taxa é cobrada mensalmente e termina sendo o mesmo valor do que é cobrado aqui, no final das contas. E tem mais, aqui nós doamos o colete que identifica o mototaxista, e em outros lugares isso não é feito. Em um prazo de 40 dias novos uniformes vão ser entregues a esses profissionais”, garantiu.

Com relação aos cursos, Aurélio Brasileiro falou que amanhã (27) viaja para Maceió, e vai discutir com o Sesc e com o Senac a possibilidade de trazer para Palmeira, os profissionais que vão capacitar tanto os mototaxistas, quanto os taxistas. “O problema é o valor desses cursos. Estamos tentando reduzir esses valores para que todos tenham a oportunidade de participar e também que eles sejam ministrados em Palmeira, para que ninguém precise sair daqui e ter mais gastos. O município não pode arcar com essa despesa, que vai ter que ficar por conta das duas categorias. De qualquer forma, estamos abertos ao diálogo e à disposição de todos”, finalizou.