População carente das grotas de Maceió será beneficiada com obra a ser executada pelo Governo de Alagoas a partir de outubro

A Secretaria de Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand) apontou a necessidade iminente da construção e reconstrução de 23 km lineares de escadarias, 29.000m² de passeios e 69 pontilhões. Em outras palavras, a obra será distribuída em 76 grotas na capital visitadas ao longo dos dois meses de sondagem pela pasta.
Para isso, foi elaborado um projeto base e que servirá apenas como modelo, já que não há como estabelecer um padrão único visto a inconsistência das áreas disponíveis.
A obra – orçada em R$ 36 milhões e que beneficiará mais de 200 mil pessoas -, está prevista para ter início em meados de outubro, conforme andamento do processo licitatório.
“Temos um quarto da população de Maceió vivendo em áreas vulneráveis. É dever do Estado estar próximo dessas comunidades e trabalhar sério para mudar a realidade desse povo que representa uma grande parcela da população maceioense”, revelou o secretário de Estado de Transporte e Desenvolvimento Urbano, Mozart Amaral, pasta responsável pela execução da obra.
De acordo com Amaral, a construção dos equipamentos públicos será feita de formal gradual e de acordo com a carência de cada grota, como consta no levantamento.
Segundo o secretário, um levantamento quantitativo realizado nos meses de maio e junho por técnicos da Setrand apontou a necessidade iminente da construção e reconstrução em todas as grotas visitadas ao longo desse período de sondagem.

Levantamento

O processo de visitas consistiu, essencialmente, em uma análise prévia para percepção das carências específicas de cada grota. A secretaria trabalhou com três equipes realizando, diariamente, um mapeamento para identificação da necessidade de instalação do sistema.
“O problema da mobilidade urbana tem sido motivo de preocupação constante nas últimas décadas. O crescimento desorganizado das cidades, sem planejamento e sem atenção às áreas inapropriadas para habitação, trouxe problemas como os da cidade de Maceió: atualmente, cerca de 250 mil pessoas se aglomeram em grotas espalhadas por toda a capital e vivem em situação de risco constante”, ressaltou o secretário.
Ele acrescenta que o problema se agrava principalmente com a chegada do período chuvoso e recorrentes deslizamentos.
Atualmente, são 76 grotas distribuídas por toda a cidade que compartilham desta realidade de maneira absoluta.
O secretário conta que o projeto nasceu com a intenção de oferecer meios seguros e eficazes de mobilidade urbana para pessoas que residem em áreas de risco.
“Primeiramente serão atendidas as comunidades com pior sistema de mobilidade. Em algumas delas, a capacidade de deslocamento dos moradores é praticamente zero. Elaboramos um projeto base de escadarias, pontilhões e passeios que servirá apenas como modelo, já que não há como estabelecer um padrão único visto a inconsistência das áreas disponíveis”, explicou.

Dificuldades

Robson Lima, líder comunitário e morador da grota do Pau D’Arco há 30 anos, relata as dificuldades enfrentadas diariamente pela população que vive nesses locais desprovidos de qualquer tipo de um equipamento público que auxiliem no quesito mobilidade.
“Quem mora em grota sabe como é difícil se locomover, principalmente quando se trata de idosos, deficientes e gestantes. Prestar socorro é praticamente impossível; e fazer coisas simples como carregar a feira ou fazer uma mudança é algo extremamente complicado, sem contar que corremos o risco de sofrer acidentes a todo o instante”, destaca o morador.
Lima ressaltou ainda a ausência da falta de investimentos e a desatenção por governos anteriores à população carente e fragilizada.
“Uma escadaria numa grota é tão importante quanto um viaduto para o trânsito. Nunca na história de Alagoas um governo olhou tão de perto para nossas necessidades. Nunca se investiu tanto em grotas como o governador Renan Filho está se propondo. Pela primeira vez, estamos tendo a oportunidade de ter um governante que está realmente preocupado em ajudar a população mais carente na capital do estado”, disse o secretário.
A instauração dos equipamentos públicos faz parte do projeto ‘Pequenas Obras, Grandes Mudanças’, que visa levar o direito básico de acessibilidade à população que mora em áreas de vulnerabilidade no Estado.