Cidades

Reabertura de Casas de Farinha em Lagoa da Canoa, beneficia produtores rurais

22/08/2015
Reabertura de Casas de Farinha em Lagoa da Canoa, beneficia produtores rurais
Atualmente, três cooperativas e 32 associações de produtores de mandioca em 14 municípios participam do APLAtualmente, três cooperativas e 32 associações de produtores de mandioca em 14 municípios participam do APL (Google Imagens)

Atualmente, três cooperativas e 32 associações de produtores de mandioca em 14 municípios participam do APLAtualmente, três cooperativas e 32 associações de produtores de mandioca em 14 municípios participam do APL (Google Imagens)

A Casa de Farinha Pais e Filhos, localizada no povoado Mata Limpa, no município de Lagoa da Canoa, e que faz parte do Arranjo Produtivo Local (APL) Mandioca do Agreste, foi reaberta na última quinta-feira (13), após passar por um processo de regularização auxiliado pelo Sebrae em Alagoas, através do Programa de Apoio ao Licenciamento Ambiental (Pala). Essa é a primeira de muitas outras Casas de Farinha que estão se adequando ao cumprimento das normas de impacto ambiental.
Na Pais e Filhos, em que cerca de 80 famílias estão ligadas diretamente à unidade de processamento da mandioca, uma lagoa de contenção da manipueira – resíduo oriundo da mandioca – já foi instalada, e o processo de licenciamento ambiental no Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) está em andamento. O biodigestor – equipamento para processamento de matéria orgânica – já foi adquirido, aguardando a entrega pelo fornecedor, que deve ocorrer nos próximos dias.
As interdições ocorreram em novembro de 2014, após uma ação da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), coordenada pelo Ministério Público Estadual (MPE/AL), que fechou cinco casas de farinha, sendo quatro no município de Lagoa da Canoa e uma em Girau do Ponciano, devido ao dejeto da manipueira, que é tóxica e altamente poluente.
Para auxiliar nesse processo que envolveu a reabertura das Casas de Farinha, o Sebrae em Alagoas contratou uma empresa de consultoria para atuar na confecção do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Estadual (MPE) e na orientação sobre gestão.
“Até o momento, apenas a Casa de Farinha Pais e Filhos foi reaberta. Porém, as demais estão com os respectivos projetos de tratamento de resíduos líquidos confeccionados e em estágio avançado. Tanto que já receberam recursos, no último mês de junho, da Agência de Fomento de Alagoas (Desenvolve) para a implantação do Projeto de Tratamento de Efluentes, já iniciado em duas das quatro casas de farinha em Girau do Ponciano”, comentou Seone Barbosa, analista do Escritório Regional do Sebrae em Arapiraca.
Para Gilson Barbosa, proprietário da Casa de Farinha Pais e Filhos, agora é o momento de um recomeço. Segundo ele, o período em que a empresa ficou parada prejudicou os negócios, mas, agora, com tudo regularizado, essa etapa não será a mais difícil.
“Teremos que fazer uma revisão em nossas máquinas por causa desse tempo em que elas ficaram desligadas e poderemos ter alguma dificuldade devido ao preço do produto que baixou muito, mas isso é só o tempo de readaptação. Agora, com tudo dentro do que determina a legislação, vamos sempre buscar melhorar o nosso trabalho”, comentou Gilson Barbosa.

    Em conjunto

O Sebrae em Alagoas teve um papel determinante para criar as condições de reabertura da Casa de Farinha Pais e Filhos e para as demais casas, cujo processo ainda está em andamento. Entre as ações estabelecidas está a cooperação com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa) para apoio técnico aos proprietários das casas de farinha interditadas; articulação de recursos junto à Desenvolve; consultorias técnicas; e mobilização de parcerias.
Na parte das consultorias, o Sebrae em Alagoas contratou uma empresa especializada em desenvolvimento e instalação de projetos de tratamento de efluentes com biodigestores e para ações de licenciamento ambiental. A empresa também auxiliou no processo de escavação de lagoas de contenção, na aplicação da manta de proteção e no tratamento de efluentes, bem como na elaboração do projeto básico, com sua respectiva validação pelo MPE e IMA, na viabilização de financiadores e na aquisição de equipamentos.
“Dividimos nosso trabalho em três etapas: orientação aos procedimentos ambientais, aos procedimentos sanitários, que ainda estão em curso, e orientação para adequação às exigências do mercado”, explicou Seone Barbosa.

    APL Mandioca

Arranjo Produtivo Local (APL) Mandioca do Agreste tem como objetivo o fomento à competitividade entre produtores e comerciantes do segmento na região, com a organização de canais para a distribuição da produção, tendo a sustentabilidade como parâmetro.
Atualmente, três cooperativas e 32 associações de produtores de mandioca em 14 municípios participam do APL. A região do Agreste é responsável por quase 70% da área plantada com mandioca em Alagoas, gerando, em média, 324 mil toneladas da raiz por ano.
Os municípios que possuem cooperativas ou associações de produtores de mandioca são: Arapiraca, Campo Grande, Coité do Nóia, Craíbas, Feira Grande, Girau do Ponciano, Igací, Junqueiro, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Olho D’Água Grande, Palmeira dos Índios, São Sebastião e Taquarana.