Cidades
Maceió apresenta diagnóstico pioneiro sobre analfabetismo

“Maceió é pioneira em identificar fatores do analfabetismo de jovens e adultos”, reconheceu Rafael Osório, diretor do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC). O instituto de pesquisas é responsável pelo resultado do diagnóstico preliminar da primeira etapa da pesquisa sobre o analfabetismo em Maceió, que foi apresentado nesta segunda-feira (17).
“É uma experiência inovadora e Maceió sai na frente e não vai desenvolver política pública no escuro”, destacou o pesquisador, relatando que não há registro de outro município ou estado que tenha feito esse levantamento. Para o representante do IPC, esta etapa é de contextualização e descrição densa por meio de base de dados. Com base nela, Maceió poderá dimensionar uma realidade na área.
“Segundo dados do Censo, há 80 mil pessoas analfabetas em Maceió. Além disso, existe a necessidade de combater o analfabetismo para atingir a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), por exemplo, mas estamos aqui para, com o apoio dos dados e da equipe técnica, desenvolver uma proposição de política de educação de jovens e adultos”, completou Osório.
Apesar de validar dados conhecidos, como o alto número de analfabetos, a pesquisa aponta um resultado significativamente positivo: na capital, os estudantes que têm acesso à Rede Municipal de Ensino e que estão em idade escolar correta, são devidamente alfabetizados.
Para a secretária de Educação, Ana Dayse Dorea, este indicador é reflexo das ações do Viva Escola, programa de reestruturação da Rede de Maceió. Entretanto, para a gestora, o maior desafio está em alfabetizar os jovens e os adultos. “Já conhecemos os dados, mas queremos identificar as causas. Nós encomendamos essa pesquisa para traçar propostas e estratégias efetivas. Pela primeira vez, Maceió age desta forma sistêmica. Com isso, saberemos o que fazer, quando fazer e como fazer”.
Mauro José da Silva, diretor de Políticas de Alfabetização de Jovens e Adultos da SECADI/MEC também participou da apresentação da pesquisa. Para Silva, o segmento de jovens e adultos é estratégico para melhoria da educação no País. “O MEC já estuda um projeto baseado na dinâmica de educação ao longo da vida, para garantir o direito de aprender e continuar aprendendo independente da idade e grau de escolaridade obtido. Sabemos que Alagoas tem índices baixos e, estar aqui representa um esforço e a necessidade de superação dos índices, principalmente em Maceió, que tem a maior população do Estado”.
Esta pesquisa diagnóstica foi apoiada pelo PNUD. Segundo Rita Ippólito, essa pesquisa fornecerá insumos para o desenvolvimento de políticas de educação. “Maceió está revendo o perfil dos jovens que estão fora da escola. Precisamos construir alternativas que sejam atraentes para que eles fiquem ou voltem à escola, porque eles se queixam que a escola não é atrativa”.
Durante toda o dia, cerca de 60 profissionais da educação da Rede Pública de Maceió terão acesso à apresentação dos resultados e participam de oficinas para elaboração da proposta para educação de jovens de adultos. Professores e o pró-reitor de graduação da Universidade Federal de Alagoas, representantes da Secretaria de Estado da Educação e do Fórum Permanente de Educação de Jovens e Adultos também participam do evento.
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