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Palmeira dos Índios realiza mutirão de combate ao mosquito transmissor da dengue e zika vírus

22/07/2015
Palmeira dos Índios realiza mutirão de combate ao mosquito transmissor da dengue e zika vírus
Agentes visitam casas para detectar possíveis focos do mosquito aedes aegypti (Foto: Enf. Márcio SMS)

Agentes visitam casas para detectar possíveis focos do mosquito aedes aegypti (Foto: Enf. Márcio SMS)

 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Palmeira dos Índios está realizando um grande mutirão de combate ao mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue e zika vírus. Equipes de Endemia do município e da Vigilância Epidemiológica visitam casas, estabelecimentos comerciais e terrenos, nos bairros de São Cristóvão e de Vila Maria, locais que possuem os maiores registros de casos suspeitos das duas formas de transmissão da doença.
Por meio de um formulário específico, nas visitas domiciliares, as pessoas questionadas respondem a cada pergunta, elaborada pela SMS, e a partir deste momento, é feito um prévio diagnóstico de suspeita da doença.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Aerton Lessa, de janeiro para cá já foram registrados 400 casos suspeitos das duas formas do vírus. Mas este número pode ser ainda maior. Segundo ele, as pessoas que apresentam os sintomas da doença, nem sempre procuram uma Unidade Básica de Saúde para atendimento médico. “Assim, fica difícil de termos um número preciso. Muita gente está doente, mas como os sintomas da zika são mais leves do que os da dengue, não procuram atendimento nas nossas unidades. Outro problema, é que o Ministério da Saúde não tem um protocolo específico para o diagnóstico do zika, considerado um vírus novo. Mas já fizemos o teste para zika que deu diagnóstico de dengue. Então, é preciso muito cuidado”, ressaltou.
Carros fumacês também estão sendo utilizados na ação. “Mas ele só é eficaz quando não está chovendo. Geralmente, no período chuvoso, a tendência é que os números de dengue diminuam, mas este ano não está sendo assim, o que aumenta a nossa preocupação. A população precisa fazer a sua parte. É simples. O segredo é eliminar os pontos dos focos do mosquito”, aconselhou o secretário.
Segundo Aerton Lessa, este é o terceiro mutirão realizado em Palmeira, este ano, contra o mosquito transmissor da dengue e zika vírus. O trabalho continua, ainda, por mais quatro semanas, em outros bairros da cidade. Denúncias sobre locais com focos do agente transmissor das doenças podem ser feitas pelo telefone: 0800 082 5299 . A ligação é gratuita e sigilosa.
E não é só Palmeira dos Índios que tem registrado inúmeros casos de dengue ou zika. O Brasil inteiro vive uma epidemia de dengue com mais de 745 mil casos só neste ano. E mosquito aedes aegypti que tem trazido dor de cabeça às autoridades brasileiras.
Nos últimos meses, o país passou a registrar casos de duas “primas” da dengue. Elas atendem pelos nomes exóticos de chikungunya e zika, que são transmitidas pelo mesmo mosquito e têm alguns sintomas semelhantes.
Mas não se engane: as doenças são diferentes. Veja a seguir quais são os sintomas de cada uma delas.

Dengue
Doença: Dentre as três, é a mais conhecida e presente no Brasil. O país vive hoje uma epidemia da doença com 367,8 casos para cada 100 mil habitantes registrados até o dia 18 de abril.
Transmissão: O vírus da dengue é transmitido pela picada do mosquito aedes aegypti.
Sintomas: Febre alta (geralmente dura de 2 a 7 dias), dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Nos casos graves, o doente também pode ter sangramentos (nariz, gengivas), dor abdominal, vômitos persistentes, sonolência, irritabilidade, hipotensão e tontura. Em casos extremos, a dengue pode matar – até 18 de abril foram registrados 229 óbitos.
Tratamento: A pessoa com sintomas da dengue deve procurar atendimento médico. As recomendações são ficar de repouso e ingerir bastante líquido. Não existem remédios contra a dengue. Caso apareçam os sintomas da versão mais grave da doença, é importante procurar um médico novamente.

Zika

Doença: A doença pode ter sido detectada na Bahia, mas ainda não está confirmada. A suspeita é de que ela tenha sido trazida para o Brasil durante a Copa do Mundo.
Transmissão: Mais uma vez, o aedes aegypti é o vilão da história. Mas o vírus também é transmitido pelo aedes albopictus e outros tipos de aedes.
Sintomas: O vírus não é tão forte quanto o da dengue ou da chikungunya e os pacientes apresentam um quadro alérgico. Os sintomas, porém, são parecidos com os das doenças “primas”: febre, dores e manchas no corpo. Quem é infectado pelo zika também pode apresentar diarreia e sinais de conjuntivite.
Tratamento: Assim como nas outras viroses, o tratamento consiste em repouso, ingestão de líquidos e remédios que aliviem os sintomas e que não contenham AAS.

Chikungunya

Doença: Até 18 de abril deste ano, foram registrados 1.688 casos de chikungunya. Os primeiros casos “nativos” da doença no Brasil apareceram em setembro do ano passado em Oiapoque, no Amapá. Antes disso, já haviam sido detectados casos de pessoas que contraíram a virose fora do país. A origem do nome chikungunya é africana e significa “aqueles que se dobram”. É uma referência à postura dos doentes, que andam curvados por sentirem dores fortes nas articulações.
Transmissão: É transmitida pelos mosquitos aedes aegypti (presente em áreas urbanas) e aedes albopictus (presente em áreas rurais).
Sintomas: O principal sintoma é a dor nas articulações de pés e mãos, que é mais intensa do que nos quadros de dengue. Além disso, também são sintomas: febre repentina acima de 39 graus, dor de cabeça, dor nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. Segundo o Ministério da Saúde, as mortes são raras.
Tratamento: Como no caso da dengue, não há tratamento específico. É preciso ficar de repouso e consumir bastante líquido. Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia.