Cidades
Apenas três vereadores comparecem à audiência para debater a saúde em Palmeira

Cinara Corrêa
Apenas três vereadores – Marta Gaia, Sheila Duarte e Agenor Leôncio – além do propositar da audiência pública, o vereador Júlio Cezar – comparecerem, nesta quinta-feira, 18, à sessão realizada na Câmara Municipal, para debater a saúde em Palmeira dos Índios. Na verdade, o tema passou a ser polêmico, assim que o vereador Júlio Cezar postou, em suas redes sociais, há poucos dias, o iminente fechamento do setor de Pediatria do Hospital Regional Santa Rita e Maternidade Santa Olímpia.
Ao lado de representantes de vários segmentos que prestam direta ou indiretamente serviços à área da saúde, o provedor do Hospital, dr. Pedro Gaia, prestou esclarecimentos sobre a atual situação da instituição. Contou que assumiu o cargo em janeiro deste ano, já sabendo das dificuldades financeiras e administrativas que encontraria.
Informou que, em maio de 2014, foi comunidade pela Secretaria Municipal de Saúde que, a partir daquela data, o Hospital deixaria de receber, os recursos para o atendimento de urgência e emergência e que esses recursos passariam a ser repassados diretamente para a Unidade de Pronto Atendimento [UPA] do município para este fim. Ainda segundo Gaia, em 5 de novembro do mesmo ano, não está mais prestando esse tipo de atendimento. “A partir de então, passamos a receber os pacientes encaminhados pela UPA para internamento”, confirmou.
Pedro Gaia informou que o Santa Rita tem, atualmente, uma dívida de 20 milhões de reais e uma receita de 1 milhão e 700 mil reais. “Além disso, pagamos 300 mil reais mensais de empréstimo junto á Caixa Econômica federal, temos uma folha de pagamento de 400 mil reais e a conta de energia elétrica com um valor médio mensal de 70 mil reais”, explanou, dizendo “estranhar’ quando o vereador Júlio Cezar informou à sociedade, através das redes sociais, o fechamento da Emergência da Pediatria. Ainda segundo o provedor, há 25 anos a Unidade de Terapia Intensiva continua funcionando com os mesmos equipamentos.
O provedor ainda confirmou que 99 por cento do atendimento do Hospital continua sendo de pacientes do SUS. “Continuamos atendendo normalmente, com todas as clínicas funcionando, sob a orientação dos governos federal, estadual e municipal. Nossa obrigação é manter um médico de plantão, para recebermos os pacientes encaminhados pela UPA”, complementou.
“Santa Rita não pede socorro; pede atenção dos palmeirenses”
“Não vou dizer que o Santa Rita pede socorro. Vou dizer que o Santa Rita pede atenção e que os palmeirenses se unam para podermos levar o nome desse hospital até às autoridades competentes que possam nos ajudar”, finalizou. Pedro Gaia reafirmou que as dependências do Hospital estão á disposição da população, para confirmarem as informações por ele prestadas.
A vereadora Marta gaia lamentou o esvaziamento da população da sessão pública, que, segundo ela, “só aparece para reclamar e não na hora de discutir um assunto importante como esse”.
Já a vereadora Sheila disse que esta gestão da Câmara tem quebrado tabus e levado a população a cobrar esse direito ao diálogo. Por sua vez, o vereador Agenor Leôncio diz que o esvaziamento do plenário deve-se, justamente, ao fato do descrédito da sociedade em relação à saúde pública do município. “A saúde deixa muito a desejar, mas nossa intenção, com esses debates, é justamente tentar melhorar essa situação”.
A promotora de Justiça, Salete Adorno, achou importante a discussão, “para que a população saiba em que porta bater na hora de solicitar atendimento médico”.
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