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Secretário conta como está reduzindo índices de criminalidade em um dos estados mais violentos da América do Sul

08/06/2015
Secretário conta como está reduzindo índices de criminalidade em um dos estados mais violentos da América do Sul
Alfredo Gaspar de Mendonça Neto é um dos responsáveis pela redução dos índices de criminalidade em Alagoas

Alfredo Gaspar de Mendonça Neto é um dos responsáveis pela redução dos índices de criminalidade em Alagoas

Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, 44, é casado, advogado, pós-graduado em Direito Público. Ingressou em 1996 na carreira do Ministério Público Estadual de Alagoas. É um dos responsáveis pela redução dos índices de criminalidade no governo de Renan Filho em Alagoas.

Atuou como promotor de Justiça titular nas comarcas de Maravilha, Palmeira dos Índios e Maceió, além de ter exercido seu ofício em várias promotorias especializadas criminais do interior e da capital e nas assessorias técnicas do procurador-geral de Justiça e do corregedor-geral.
Compôs o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos, foi duas vezes membro do Conselho Estadual de Segurança Pública do Estado de Alagoas, coordenou o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do MPE.
Por mais de uma década, exerceu a docência do ensino superior, sendo professor titular de Direito Penal no Centro Universitário Cesmac e na Escola Superior do Ministério Público alagoano, lecionando ainda na Faculdade Seune.
Em entrevista exclusiva à TRIBUNA DO SERTÃO, o secretário respondeu a algumas perguntas da nossa reportagem:

– Como está sendo a experiência de comandar a segurança em um Estado considerado um dos mais violentos do País?

A responsabilidade é grande, mas assumimos o compromisso de mudar essa realidade e contamos com o apoio imprescindível das nossas forças integradas. Temos que encarar os obstáculos e garantir a paz da sociedade, essa é a nossa missão.

– Esta semana, se observou uma redução nos números das mortes violentas, tanto no Estado, como na capital? A que o Sr. atribui esses índices mais animadores?

Nossas forças operacional, logística, de inteligência estão integradas, buscando bons resultados com vontade de fazer o melhor. Desde o início do ano nossas operações desarticularam quadrilhas, apreenderam várias armas e um grande número de drogas. Isso é um baque enorme no crime. A segurança também trabalha na prevenção ao crime investindo nos trabalhos das Bases Comunitárias com apoio às comunidades.
Conseguimos baixar o número de homicídios no mês de maio em 53,9% em Maceió, 45,5% em Arapiraca e o Estado registra queda de 35,3%. São cinco meses de registro de diminuição nos números de mortes violentas. Nesses primeiros cinco meses o Núcleo de Estatística registrou um número de prisão em flagrante de quase 400 pessoas a mais que o mesmo período do ano passado.

– De que forma o sistema de identificação biométrica da Defesa Social está ajudando o trabalho da polícia?

Temos 16 tablets em guarnições da Radiopatrulha, Oplit, Bope. O trabalho fica mais ágil porque a guarnição não precisa ir até a delegacia para identificar os suspeitos e abordados em geral. Em apenas 40 segundos, os policiais já tem a identificação do indivíduo. O tempo é precioso para o policial.

– Como o Sr. avalia os serviços prestados durante o ‘Governo Presente’, realizado pela primeira vez na gestão do atual governo, na região do Agreste?

Tudo o que for projetado para beneficiar a população deve ser visto com bons olhos. Levar serviços às comunidades interioranas facilitando o acesso de milhares de famílias aos seus direitos é louvável. A iniciativa do governador Renan Filho é plausível, também demos nossa contribuição com a emissão de Carteiras de Identidade, oficializamos a base do Grupamento Aéreo, assinamos documento para a construção do primeiro centro integrado da segurança pública que será em Girau do Ponciano. Então, devemos acreditar que o caminho é esse, sério e sendo sustentado por muito empenho.

– O uso de drogas ainda é um dos principais motivadores dos crimes?

Infelizmente esse é o mal que catequisa crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Nossas operações vêm conseguindo bons êxitos na apreensão de drogas e desbaratando quadrilhas criminosas até mesmo com conexão com o tráfico internacional. Isso quebra de certa forma o “poder” que eles acham que exercem. Os combates das forças policiais são diários. Não dá para acreditar ainda que será fácil acabar com esse mal que destrói tantos jovens e famílias alagoanas. O que posso afirmar é que não toleramos atos criminosos e estamos fazendo o possível para tirar do meio da sociedade quem insiste em afrontar as leis desse País.

– Qual a estrutura que a Secretaria dispõe, para o combate à criminalidade?

Nossa estrutura é composta por Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Perícia Oficial, sistema prisional, Detran e também Defesa Civil do Estado. Tanto nosso pessoal quanto equipamentos e viaturas estão à disposição da sociedade através do trabalho constante de prevenção e combate ao crime por terra, água e ar.
No momento temos três helicópteros dando suporte aéreo às operações policiais; dois deles com base em Maceió e uma aeronave com base fixa em Arapiraca para atender a região Agreste do Estado. Recentemente incrementamos o policiamento da capital e de Arapiraca com a aquisição de 60 motocicletas que atuarão em locais considerados de difícil acesso e também são usadas para agilizar perseguições a suspeitos e prisões.
O Ministério da Justiça, através da Secretaria Nacional de Segurança Pública dá total apoio às ações tanto operacionais quanto em qualificação profissional e qualidade de vida aos servidores da segurança pública de Alagoas.
Temos adquirido, por meio de convênios, viaturas, equipamentos de segurança, armamentos, computadores, academia, cursos, sistemas de softwares, maquinários para laboratório da Perícia Oficial.

Quando as obras do IML recomeçam em Maceió?

– O governador Renan Filho, que tem uma preocupação enorme com a segurança pública, autorizou a retomada das obras e já assinei a ordem de pagamento da construtora para garantirmos a continuidade e conclusão da mesma. Entendemos a importância e a necessidade da realização desse projeto que estava parado há dois anos. Além de contribuir para o êxito dos trabalhos periciais, também dará um melhor atendimento à sociedade.