Política

Senadores criticam inclusão dos municípios entre os responsáveis pela segurança pública

03/06/2015
Senadores criticam inclusão dos municípios entre os responsáveis pela segurança pública
Renan Calheiros informou que há uma emenda do senador Aloysio Nunes Ferreira para suprimir os municípios do texto

Renan Calheiros informou que há uma emenda do senador Aloysio Nunes Ferreira para suprimir os municípios do texto

Começou a ser discutida pelo plenário do Senado a Proposta de Emenda à Constituição 33/2014, que inclui a segurança pública entre as obrigações de competência comum entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Durante a primeira sessão de discussão, senadores se manifestaram contra a responsabilidade dos municípios prevista no texto.
“Entendemos que os municípios brasileiros não têm a menor condição de serem coparticipantes dessa atividade. Os municípios já atravessam inúmeras dificuldades”, alegou o senador Benedito de Lira (PP-AL).
De acordo com a PEC, do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), a segurança pública passaria a figurar no artigo 23 da Constituição, que trata das competências comuns dos entes federativos. Ela também seria incluída no artigo 24, que fala dos temas sobre os quais tanto a União quanto os estados e o DF podem legislar.
Após a manifestação, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) informou que há uma emenda do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) para suprimir os municípios do texto. A emenda, segundo o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), foi assinada por vários senadores.
O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) lembrou o pedido feito pelos prefeitos na marcha realizada em Brasilia de que não fossem aprovados projetos que criassem programas ou políticas para municípios sem prever fonte de recursos. O presidente do Senado reafirmou esse compromisso, tanto com os estados quanto com os municípios e a senadora Simone Tebet (PMDB-MS) também declarou apoio à mudança.
O senador Roberto Rocha (PSB-MA), por sua vez, informou que apresentará uma emenda ao texto para prever que a União promoverá o aporte de recursos necessários para viabilizar a responsabilidade comum.
O texto ainda terá de passar por quatro sessões de discussão antes de ser votado em primeiro turno.