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A Saga dos Veiga (L)

30/05/2015
A Saga dos Veiga (L)

Ao término da Saga dos Veiga de Paulo Jacinto, sinto-me na obrigação de agradecer aos jornalistas Vladimir Barros Editor Chefe da Tribuna do Sertão, fundada pelo seu preclaro genitor Dr. Ivan Barros, Wellington Sena, proprietário de “A Notícia”, empresário Aldo Veiga, meu primo/irmão, diretor presidente do jornal Alagoas Em Tempo, pela gentileza do trio oferecendo generoso espaço à Associação Alagoana de Imprensa.
Assim sendo, faço uma análise em torno da vida do pioneiro lusitano fundador do núcleo de povoamento – Lourenço Ferreira de Melo Sucupira da Veiga-, meu trisavô, que, hoje, denomina-se município de Paulo Jacinto, emancipado de Quebrangulo em 2 de de dezembro de 1953. Diga-se, de passagem, veio de Santo Antão PE), a fim de morar definitivamente no Valle do Parayba nos idos de 1838.
Segundo o médico Dr. Judá Fernandes de Lima, autor do livro “ Um Genuíno Tangerino”, radicado na próspera Arapiraca, filho ilustre de tia Gertrudes Magna, irmã de minha saudosa genitora Maria Veiga Rocha: “ o bravo português aportou na futura Villa acompanhado de esposa e sete filhos de menor de idade. Adquiriu léguas de terras pertencentes a um certo Padre Manoel Marques, ainda sem moradia condigna. O desbravador incansável, logo edificou a hoje mais que sesquicentenária Capela de São Lourenço, do qual era devoto extremado, e o famoso Sobradão dos Veiga com seu genial corredor suspenso, em nível de 1ºandar, assoalhado, com varanda de proteção, ao céu aberto, todo em nobre madeira nativa. Uma passagem natural entre o Sobradão e o coro da Capela. Nos fundos situava-se a infalível Senzala dos inditosos cativos.”
Na sua narração, percebe-se os detalhes da saga do legendário Lourenço Sucupira oriundo da Terra de Camões com destino certo e convicção de propósitos. Aliás, não mediu esforços no sentido de fincar raízes no Valle do Parayba naquela época desprovido do progresso de hoje.
“ Estabelecido na divisa do vizinho município de Quebrangulo, o intrépido Sucupira, também fundou um vilarejo, há um quilômetro da Fazenda, construído para operários e escravos alforriados, prestadores de serviço remunerado. Trouxe, durante cerca de 74 anos o nome do benfeitor: Vila Lourenço Lourenço. Entretanto, com a chegada dos ingleses, em 1912, naquela prosaica paragem, inaugurando a bela época da “ Maria Fumaça” ( Companhia Great Western), passou a se chamar Vila Paulo Jacinto. O motivo da mudança de nome foi a melhor segurança no trânsito ferroviário, devido à parada, na mesma linha, de Lourenço de Albuquerque ( prenomes idênticos), com sua outrora badalação, existente até hoje na bifurcação do histórico entroncamento da estrada de ferro Maceió/Recife/Palmeira dos Índios, no município de Rio Largo
Na linha de sucessão direta, encontrava-se seu filho primogênito Luís Veiga de Araújo, casado com Rosa da Cunha Lima (Rosinha). Consta no Cartório de Viçosa que o mesmo nasceu em Vitória de Santo Antão, no ano de 1827. Daí, então, ficou conhecido como o famoso Major Lulu, patenteado pela Guarda Municipal e, cuja fama, extrapolou além fronteiras pelo tino administrativo. O escritor da família Judá Fernandes de Lima acrescenta: “ Modernizou o Sobradão, reestruturando-o e dando-lhe ares de mansão colonial, com sua vistosa fachada de dez janelas no pavimento superior. Reformou o criativo “ passeio elevado”, que conectava o Sobradão à Igreja. Restaurou e ampliou esta, refazendo as paredes de taipa, imprimindo-lhe nova feição frontal. Adquiriu lindas imagens esculpidas em madeira de lei, de fascinante policromia, vindas de Portugal e compradas em Salvador. Montou também duas fábricas de beneficiamento de algodão, sendo uma na sede da Fazenda e a outra no Lunga, extensão territorial sua.”
Por outro lado, devo ressaltar com a morte prematura do bisavô Lulu assumiu o comando do patrimônio meu avô materno José Luís da Veiga Lima, pai de minha inesquecível mãe que, por certo, goza das benesses divinas.
Fora um homem honesto, disciplinado, e, sobretudo, temente a Deus. Casou-se cinco vezes com esposas distintas deixando 14 filhos que povoaram o Vale do Paraíba, bem como outras unidades federativas. Isto é, o Sudeste e Norte do País. Conhecido como capitão Cazuza, cuja patente fora outorgada pela Guarda Municipal por Decreto do então Presidente da República Dr. Manoel Ferraz de Campos Sales datado de 19 de maio de 1889, cujo pergaminho encontra-se em poder do filho ilustre de tia Gertrudes.
Por fim, agradeço de coração a grandeza de meu filhão Francis Lawrence Morais da Veiga, publicitário/jornalista profissional, concluinte do curso de Direito ministrado pelo Centro Universitário Cesmac. A ele rendo homenagens mil pela valiosa organização dos cinquenta capítulos da Saga dos Veiga de Paulo Jacinto.