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Defesa Social apresenta dados à CPI e defende as forças de segurança do Estado

19/05/2015
Defesa Social apresenta dados à CPI e defende as forças de segurança do Estado
Secretário fez um discurso incisivo na Assembleia Legislativa do Estado. (Foto: Neno Canuto)

Secretário fez um discurso incisivo na Assembleia Legislativa do Estado. (Foto: Neno Canuto)

A Secretaria de Estado da Defesa Social e Ressocialização (Sedres), na tarde desta segunda-feira (18), apresentou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados Federais os avanços alcançados desde janeiro de 2015 em uma das pastas mais delicadas do governo estadual. O secretário Alfredo Gaspar de Mendonça envidenciou o compromisso e a responsabilidade que a Cúpula da Segurança tem conduzido os procedimentos em Alagoas.
A CPI veio a Alagoas para discutir números de violência relacionados a jovens negros e no plenário da Assembleia Legislativa do Estado. Lá, ao falar das pesquisas apresentadas recentemente, o secretário foi enfático ao defender os agentes da segurança pública que têm sido responsabilizados , segundo ele, injustamente, pelo quadro negativo herdado.
“A minha convicção é a de que para se discutir violência não se deve apontar o dedo para a polícia. Não admito que o meu policial seja responsabilizado! A segurança pública de Alagoas, garanto, está comprometida e o governador exige respostas”, pontuou Alfredo Gaspar.
Segundo o secretário, é fácil colocar a culpa na polícia, “mas, canso de ir às grotas com ela e ver áreas abandonadas, sem escola decente, sem posto de saúde. Nos 102 municípios se procurarmos neste momento, dentistas, em 30% não encontraremos, e médico também. Se procurarmos advogado talvez melhore, mas, promotor e juiz também não serão encontrados. Entretanto, em todos eles, bem ou mal, se os senhores procurarem a polícia vão se deparar com ela”, declarou Gaspar de Mendonça.
Em sua apresentação foram apresentados gráficos ao presidente da CPI, deputado federal por Minas Gerais, Reginaldo Lopes. O secretário de Defesa Social detalhou os percentuais redutivos que tiraram o estado do primeiro lugar do Nordeste em crimes violentos e ressaltou a transparência com a qual a causa é tratada em Alagoas.
“É fácil, também, continuarmos sendo apontados. Talvez o nosso erro seja a honestidade. Nós contabilizamos todos os crimes, enquanto outros estados, como São Paulo, tratam as ocorrências como evento. Podemos exemplificar com a chacina onde seis pessoas foram mortas e no relatório tinha apenas um evento. Sem falar em outros estados que nem apresentam os gráficos”, reforçou o Alfredo Gaspar.
Aproveitando a CPI, ele afirmou que é preciso o envolvimento de todos e maior responsabilidade de quem tem o poder.
“O meu Estado, infelizmente tem sido o protagonista. Espero que a CPI venha para cá e traga modificação na estrutura de proteção. E isso só se faz, acima de tudo, com responsabilidade. Essa, asseguro, o governador e o secretário têm. Desafio a qualquer um que aqui está a contestar e provar que os dados apresentados não são verídicos. Mas, quero lembrar que Alagoas precisa é de investimento. Não se pode fazer nada além das possibilidades. Os senhores podem mudar isso lá em Brasília. Como pode nosso estado ficar com verba menor para a segurança somente porque a bancada é menor do que a do Rio e São Paulo?”, indagou o secretário. Ele acrescentou: “Alagoas avançou, só não admito que a nossa polícia seja crucificada porque todos os dias homens e mulheres saem de casa para arriscar a vida em prol das famílias das senhoras e senhores que aqui estão”, enfatizou.
O público aplaudiu o secretário quando ele lembrou que a segurança pública não é a responsável pela vulnerabilidade existente na periferia.
“Isso acontece porque o dinheiro que era para a merenda da criança é desviado, porque falta a ela uma quadra de esporte, assistência à saúde e outras coisas. E o poder de mudar a realidade não é nosso, não é da polícia, é dos senhores. Vamos falar de violência sem esquecer os responsáveis porque encontramos Alagoas com uma carnificina social. Posso garantir que nos empenhamos aqui para tranquilizar os alagoanos, sem tratamento diferenciado, seja preto, pobre ou morador da Ponta Verde não admito que tenha atitudes diferentes na abordagem, na relação com a polícia e o governador Renan Filho não tem medido esforços e buscado alternativas. Porém não depende somente de nós”, concluiu Alfredo Gaspar de Mendonça.
A audiência pública contou com representatividades de movimentos negros, associações de moradores, alguns deputados estaduais.
Os secretários estaduais Jardel Aderico, da Secretaria de Prevenção Social à Violência; Claúdia Petuba, da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude; e Rosinha da Adefal , da Secretaria de Direitos Humanos, compuseram a mesa com trabalhos iniciados pelo deputado estadual Ronaldo Medeiros, líder do Governo na Casa de Tavares Bastos e vice-presidente da Assembleia.