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A Saga dos Veiga (XLIX)

16/05/2015
A Saga dos Veiga (XLIX)

    O penúltimo capítulo, dedico-o a saudosa tia Gertrudes Magna de Lima Costa, irmã de minha genitora Maria Veiga Rocha, ambas filhas de José da Veiga Lima, meu avô materno, conhecido como capitão Cazuza.
Doutor Judá Fernandes de Lima autor do livro “Um Genuíno Tangerino”, filho ilustre de tia Tude, reverencia à memória de sua mãe e, portanto, reproduzo o que escreveu no livro em epígrafe. Diga-se de passagem, uma homenagem à altura daquela que marcou sua profícua vida com trabalho e dignidade.
“ Uma mulher extraordinária, de têmpera de aço, aguerrida, forjada a capricho, todavia despojada das vaidades mundanas. Sempre revoltada com tanta coisa errada, injusta e absurda. Não aceitava essas mudanças repentinas, transformações sociais radicais, que só vieram piorar a situação dos excluídos camponeses, desgarrados e discriminados trabalhadores rurais, brutalmente rechaçados pelos governantes”.
Por outro lado, destaco também o que escrevera o médico/escritor a respeito de seu pai João Fernandes da Costa que, por sua vez, dedicou-se ao patrimônio da família, deixando-a bem de vida, isto é, todos os filhos com curso superior.
“ Era um vaqueiro-viajante arraigado, autêntico tangerino, experiente tocador de gado, afinado com sua verdadeira vocação. Sempre cavalgando, aboiando e orientando os seus almocreves, nas suas incansáveis vaquejadas pela esteira da vida. Singrava sempre terras  conhecidas, outras vezes, estranhas plagas navegava.
Nesse ínterim, deslumbrava-se, à distância, a tropa de choque montada nos seus fogosos corcéis. Na frente um batedor experiente, conhecedor da zona rural como ninguém, tendo ao seu lado naquele momento histórico a imponente autoridade  do glorioso Exército Nacional. A estranha cavalgada, galopando, assomava garbosa, eloquente, acelerada, imperiosa… Adentrando à Fazenda São Lourenço.”
Abro um parêntese a fim de falar de outro filho do casal. Médico José Fernandes da Costa (IN MEMORIAM), fundador da Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima. Hoje, dirigida pela família do saudoso primo/irmão. Deixou marcas indeléveis que a poeira do tempo não conseguirá apagar.
Voltando a escrever sobre tia Gertrudes. Conhecia-a de perto, ou seja, gostava de conversar com ela. Tudo que dizia era verdade. Às vezes, dava-me conselhos e, por isso, até hoje me lembro de suas assertivas . Católica, nunca perdia a missa dominical na velha Viçosa. Aliás, faço registrar o que seu filho/escritor escrevera no livro “ Um Genuíno Tangerino”.
“ No início de 1944, residência fixada em Viçosa, minha mãe passou a dar melhor assistência aos filhos, levando os pequenos pacientes ao consultório do Dr. Sadi Carvalho, seu médico de preferência. Outras vezes, meu genitor, consultava o médico-escritor Dr. José Maria de Melo, também um profissional de confiança. Um passo adiante na atenção à saúde da família como era o desejo de Dona Gertrudes.”
Por essas e outras razões, devo concluir a série A Saga dos Veiga de Paulo Jacinto no ano fluente. E, desse modo, dedicarei o último capítulo ao pioneiro do clã dos Veiga, ou seja, Lourenço Ferreira de Melo Sucupira da Veiga, pai de meu bisavô Luís Veiga de Araújo Pessoa.
Escrever sobre meus ancestrais é, acima de tudo, tarefa agradável. E, portanto, contei com a valiosa colaboração de meu filhão Francis Lawrence Morais da Veiga, publicitário/jornalista e concluinte do curso de Direito no Centro Universitário Cesmac.
Dissera o poeta René Basin: “ Amamos a terra de que somos filhos, terra fiel, terra de amor, terra magnífica, ora queimada, ora molhada, onde se dorme o sono derradeiro, acalentado pelos cânticos dos ventos e sob o agasalho de uma cruz.”
Nesse sentido, os restos mortais do avô Cazuza encontram-se na Capela São Lourenço. Os demais familiares estão enterrados ao redor do cemitério pertencente à família dos Veiga de Paulo Jacinto.