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Vítimas de quedas são quase metade dos atendimentos na UE do Agreste

26/03/2015
Vítimas de quedas são quase metade dos atendimentos na UE do Agreste
Acidentes com quedas de motocicleta representam grande parte da triste estatística na Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca; de acordo com o clínico geral Celso Marcos da Silva, as quedas ocorrem por diversos motivos, entre eles os riscos relacionados à fraqueza nas pernas, falta de equilíbrio, tontura, uso de medicamentos, problemas de visão e falta de atenção (Fotos: Adalberto Custódio)

Acidentes com quedas de motocicleta representam grande parte da triste estatística na Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca; de acordo com o clínico geral Celso Marcos da Silva, as quedas ocorrem por diversos motivos, entre eles os riscos relacionados à fraqueza nas pernas, falta de equilíbrio, tontura, uso de medicamentos, problemas de visão e falta de atenção (Fotos: Adalberto Custódio)

As quedas são acidentes comuns entre as pessoas, principalmente quando elas são crianças ou idosos. A maioria dos registros deste tipo de ocorrência são as do tipo conhecido como “queda da própria altura” (da altura do próprio corpo). Somente em 2014, a Unidade de Emergência do Agreste atendeu 7.711 pacientes por este motivo.
Para alguns, as quedas provocam apenas pequenos arranhões, cortes ou hematomas superficiais. Em outros, uma simples queda pode deixar sequelas para o resto da vida. Este tipo de acidente pode provocar ferimentos graves como fraturas em pernas, braços, mãos, tórax e até traumatismo craniano encefálico (TCE).
De acordo com o clínico geral da Unidade de Emergência do Agreste Celso Marcos da Silva, as quedas ocorrem por diversos motivos, entre eles, os riscos relacionados à fraqueza nas pernas, falta de equilíbrio, tontura, uso de medicamentos, problemas de visão e falta de atenção. Elas também podem estar relacionadas aos riscos externos, que têm como principais vilões os buracos e as superfícies escorregadias ou irregulares.
As quedas de altura também devem ser motivo de alerta, segundo o especialista, que alerta para o uso obrigatório dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Nos últimos dois anos, foram registrados um aumento aproximado de 50% de atendimentos para este tipo de acidente. Em 2013, a UE do Agreste atendeu 1.707 pacientes vítimas de queda de altura. No ano passado, o número subiu para 2.526 casos.
Esse tipo de acidente geralmente vitima profissionais da construção civil, a exemplo de pintores e pedreiros. Trabalhadores de empresas de energia elétrica, TV a cabo e internet representam a lista dos serviços mais arriscados. “A preocupação maior é com os profissionais clandestinos ou de empresas que ignoram as leis e colocam em risco a integridade física de seus funcionários”, frisou.

Quedas de Motocicleta

As quedas de motocicleta representam outra fatia ‘generosa’ da triste estatística da Unidade de Emergência do Agreste. Em 2014, por exemplo, 7.555 pessoas foram atendidas no hospital após caírem deste tipo de veículo. A alta velocidade, aliada à imprudência, o desuso do capacete e o desrespeito às leis de trânsito são apontados por especialistas em legislação de trânsito como os principais ingredientes para levar uma pessoa à morte ou à invalidez permanente.
Nestes casos, a incidência de mortes também é alta. No ano passado, 563 pessoas tiveram que ficar internadas por apresentarem maior gravidade nos ferimentos. Desse total, treze foram a óbito ainda no hospital.
Além da queda da própria altura, de motocicleta e de altura, diariamente são registradas a entrada de pacientes vítimas de outros tipos de quedas, a exemplo de quedas de árvore, animal, bicicleta, veículo em movimento e outros. Em 2014, esses casos, juntos, somaram 2.737 atendimentos. Somando-se todos os atendimentos relacionados às quedas, a Unidade realizou 20.529 atendimentos, ou seja, 44% do total de todos os atendimentos realizados no ano que somaram 46.862 entradas.

Preocupação

Além de representar a maioria dos atendimentos da Unidade, as quedas da própria altura é um assunto polêmico. De acordo com o médico Celso Marcos da Silva, o número de atendimentos de vítimas desse motivo é questionável.
Segundo ele, para ter acesso a exames complexos e com resultados rápidos e precisos, muitas pessoas trocam as consultas nos serviços da Atenção Básica de seus municípios pelo atendimento de urgência e emergência ofertado pela Unidade, considerada referência no Nordeste em tratamento de traumas de média e alta complexidade.
“Na porta de entrada da Unidade de Emergência do Agreste, esses pacientes alegam ter sido vítima de queda da própria altura a fim de terem acesso a uma tomografia ou Raio X da parte do corpo onde vem sentido dores ou incômodos. Tal atitude prejudica o trabalho e o tempo da equipe médica que, na maioria das vezes, tem que fazer diversos exames para se chegar ao real diagnóstico, onde a patologia ao invés de ser de emergência, passa a ser clínica”, lamentou o especialista.