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Germanwings: Saiba quais são as possíveis causas do acidente que matou 150 pessoas nos Alpes Franceses

25/03/2015
Os líderes da França, da Alemanha e da Espanha visitaram o local do acidente

Os líderes da França, da Alemanha e da Espanha visitaram o local do acidente

    As equipes de resgate retomaram na manhã desta quarta-feira (25) as buscas pelos destroços e pelas vítimas do acidente da Germanwings. O avião, modelo Airbus A320, voava de Barcelona para a cidade alemã de Dusseldorf quando caiu nos Alpes franceses – 150 passageiros estavam a bordo.
Os líderes da França, da Alemanha e da Espanha visitam, neste momento, o local do acidente.
No entanto, as autoridades descartam “quase totalmente” recuperar nesta quarta os corpos das vítimas. Autoridades espanholas já coletaram amostras de DNA de 40 familiares das vítimas, para facilitar o processo de identificação dos corpos.
A prioridade é encontrar a segunda caixa preta – a primeira foi recuperada ontem – e obter mais informações sobre o que causou acidente.
A caixa preta encontrada no mesmo dia do acidente é a que registra as conversas entre os pilotos. Apesar de danificada, ela foi enviada para Paris, onde será analisada. Além do teor dos diálogos, os investigadores também vão observar eventuais ruídos e barulhos no interior da cabine.
Também estão sendo analisadas imagens de câmeras de segurança que registraram o embarque e a decolagem da aeronave no aeroporto El Prat, em Barcelona.
O presidente da Lufthansa, Carsten Spohr, declarou nesta quarta (25) que o acidente é “inexplicável” e que o avião voava em “perfeitas condições de segurança”.
Oficialmente, não se descarta nenhuma hipótese sobre as causas do acidente, que será investigado pela França, pela Espanha e pela Alemanha. No momento, as investigações são majoritariamente conduzidas pela prefeitura de Marselha.

Possíveis Causas

Dois especialistas ouvidos pela Folha de S.Paulo afirmaram que a aeronave pode ter se despressurizado. Nesse caso, o procedimento indicado é que o avião desça até uma altitude segura, o que coincide com a trajetória do Airbus A320 da Germanwings, que desceu 11 mil metros em oito minutos.
Fontes consultadas pelo espanhol El Mundo afirmam que na altura em que o avião se encontrava, 38 mil pés, os pilotos teriam sete segundos para colocarem as máscaras antes de ficarem sem oxigênio.
No caso de despressurização, segundo o Huffington Post España, o terreno acidentado dos Alpes pode ter reduzido a margem de manobra e, consequentemente, o tempo de resposta dos pilotos.
“Não é o mesmo sobrevoar uma zona que está ao nível do mar e sobrevoar uma região montanhosa, com picos de 2.900 metros. Há menos tempo para reagir e o terreno acidentado não favorece um pouso de emergência”, afirmou um especialista, em condição de anonimato.
Bernard Cazeneuve, ministro do Interior da França, afirmou que a aeronave provavelmente não explodiu no ar, pois os destroços do acidente estão espalhados por uma pequena área.
Um especialista ouvido pelo jornal do El País disse que há múltiplas causas para a despressurização – que pode ser gerada por qualquer abertura não controlada na aeronave – mas que o primeiro passo, em uma situação de emergência, é “controlar o avião” e emitir uma mensagem de emergência.
“Não sabemos porque [os pilotos não emitiram sinal de emergência], mas há que entender que se algo assim ocorre, a cabine dos pilotos se torna uma árvore de natal, cheia de buzinas e luzes que advertem que algo vai mal. É possível que os pilotos não comuniquem a emergência porque é um momento de desconcerto, de tentar se concentrar em resolver o problema”, afirmou um especialista ao Huffington Post España.