Geral

62 anos da morte de Graciliano: escritor ainda ocupa importante espaço na literatura

20/03/2015
62 anos da morte de Graciliano: escritor ainda ocupa importante espaço na literatura

foto de graciliano ramosHoje completam-se 62 anos desde sua partida, mas Graciliano ainda ocupa um importante espaço na história da literatura brasileira. O escritor nasceu no sertão de Alagoas, na cidade de Quebrangulo, no dia 27 de outubro de 1892. Filho primogênito de Sebastião e Maria Amélia, Graciliano teve outros 15 irmãos e passou sua infância convivendo com os problemas da seca.

Sua fascinação pelas letras e palavras teve início em Buíque (PE), cidade para a qual sua família se mudou em 1894. Ao retornar para Alagoas, em 1904, Graciliano dedicou-se à criação de um pequeno jornal para as crianças, chamado de Dilúculo.

Em seguida, passou a redigir o jornal Echo Viçosense, onde conheceu seu mentor intelectual, Mário Venâncio. Graciliano sofreu um grande golpe com o suicídio de seu mentor em fevereiro de 1906. Com a morte de Mário, o Echo parou de circular e Graciliano direcionou seus talentos para a revista carioca O Malho, onde publicava sonetos sob o pseudônimo de Feliciano de Olivença.

Dentre os jornais nos quais colaborou, estão presentes o Jornal de Alagoas, onde publicou o soneto “Céptico”, sob o pseudônimo de Almeida Cunha, e o Correio de Maceió, onde utilizava o pseudônimo de Soeiro Lobato.

Após passar alguns anos no Rio de Janeiro, Graciliano mudou-se para Palmeira dos Índios, continuou sua carreira como jornalista e casou-se com Maria Augusta Ramos. Maria veio a falecer em 1920, deixando Graciliano com quatro filhos pequenos.

A dificuldade de criar os filhos sozinho não o impediu de continuar a crescer na vida. Ramos foi eleito prefeito da cidade de Palmeira dos Índios em 1927. Assumiu o cargo no ano seguinte e, ao escrever o seu primeiro relatório ao governador Álvaro Paes, um resumo dos trabalhos da Prefeitura de Palmeira dos Índios, teve sua verve de escritor revelada.

Graciliano decidiu, após dois anos como prefeito, renunciar ao cargo e se mudar para Maceió, onde poderia atuar com a sua verdadeira paixão: as palavras, ao ser nomeado diretor da Imprensa Oficial. No entanto, continuou a colaborar com outros jornais, dessa vez utilizando o pseudônimo de Lúcio Guedes.

Em sua vida marcada por idas e vindas, demitiu-se do cargo de diretor da Imprensa Oficial e retornou mais uma vez a Palmeira dos Índios. Ali fundou uma escola no interior da sacristia da Igreja Matriz e deu início aos primeiros capítulos do seu romance São Bernardo.

Seu primeiro livro foi lançado em 1933, Caetés, obra na qual vinha trabalhando desde 1925. Em 1934 publicou também São Bernardo.

Em abril de 1952, viaja em companhia de sua segunda esposa, Heloísa Medeiros Ramos, à Tcheco-Eslováquia e Rússia, onde teve alguns de seus romances traduzidos. Visita, também, a França e Portugal. Ao retornar, em 16 de junho, já enfermo, decide ir a Buenos Aires, Argentina, onde se submete a tratamento de pulmão, em setembro daquele ano. É operado, mas os médicos não lhe dão muito tempo de vida.

No janeiro ano seguinte, 1953, é internado na Casa de Saúde e Maternidade S. Vitor, onde vem a falecer, vitimado pelo câncer, no dia 20 de março, às 5:35 horas de uma sexta-feira. É publicado o livro “Memórias do cárcere”, que Graciliano não chegou a concluir, tendo ficado sem o capítulo final.