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Liderança feminina se destaca na organização dos pescadores de AL

08/03/2015
Liderança feminina se destaca na organização dos pescadores de AL
Mulheres têm ocupado seu espaço com destaque também no setor da pesca, segundo dados da Confederação Nacional dos Pescadores

Mulheres têm ocupado seu espaço com destaque também no setor da pesca, segundo dados da Confederação Nacional dos Pescadores

    Cuidar da roça, plantar, colher, pescar e ensinar como ter uma maior produtividade no campo: isso também é papel da mulher.
Seja na lida com a terra, seja no papel de extensionista rural, a mulher depois de tantas lutas é parte integrante no debate das políticas públicas designadas ao desenvolvimento rural em todo Brasil. Em Alagoas, várias guerreiras se destacam e, como forma de homenageá-las, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, serão contadas algumas histórias de liderança e garra.
A primeira é uma pescadora alagoana, filha de pescadores, que hoje é a primeira mulher presidente da Federação dos Pescadores de Alagoas (Fepeal) e a única mulher líder das 26 entidades do Brasil. Eliane Moraes, que tem nove irmãos que também vivem da pesca, rompeu barreias ao assumir uma entidade tradicional. Em 2015, a Fepeal completa 92 anos de história.
“Entrei na federação como secretária em 2006 e já consideramos um avanço para época. Depois que foi eleita presidente, muitos colegas de profissão não acreditavam no meu trabalho e ficou claro que a questão de gênero era o diferencial. Nossa profissão é muito machista. Uma vez fui me apresentar em um órgão e ouvi o comentário de homens questionando a minha profissão porque estava de unhas feitas”, relatou.

Desafio

De acordo com a Confederação Nacional dos Pescadores, 42% dos profissionais da pesca são mulheres. Em Alagoas, Eliane Morais revela que a relação de gênero é muito equilibrada. O Estado possui 40 mil pescadores distribuídos em 43 colônias em 37 municípios. O maior desafio da categoria é comum para homens e mulheres: garantir políticas públicas para os pescadores.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura, Álvaro Vasconcelos, a categoria é uma das mais importantes para o desenvolvimento agrícola do Estado e tem espaço especial na atual gestão. “O diálogo com o setor da pesca e aquicultura está aberto.
A liderança de uma mulher não só nesse setor como em muitos outros é imprescindível. Contamos sempre com a sensibilidade delas nas tomadas de decisão e com o pulso no cumprimento das atividades”, afirmou o secretario.
Ainda segundo a Fepeal, cerca de 15 mil pessoas vivem da pesca no complexo lagunar Mundaú e Manguaba, que envolve a capital e os municípios de Coqueiro Seco, Santa Luzia do Norte, Marechal Deodoro, Pilar e Satuba.     “Nosso complexo lagunar pode ser considerado a maior empresa do Estado de Alagoas, temos homens e mulheres que tiram seu sustento da pesca do peixe, sururu, e estamos vendo nossa lagoa abandonada, precisamos agir, antes que seja tarde”, alertou Eliane Moraes.