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Mulheres vivem mais e procuram qualidade de vida diferenciada

08/03/2015
Elas conseguem alcançar qualidade de vida, mas idade avançada requer cuidados especiais.  ](Foto: Carla Cleto)

Elas conseguem alcançar qualidade de vida, mas idade avançada requer cuidados especiais.
](Foto: Carla Cleto)

Femininas desde a infância e, na fase idosa, há muito que comemorar? Especialistas afirmam que sim. Nos últimos 20 anos, as mulheres têm conquistado ainda mais independência, com a inserção no mercado trabalho, além dos cuidados com a própria saúde, o que tem dado a elas uma estatística média de vida de 6 a 7 anos a mais que os homens.
Segundo dados publicados pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNDPA), em 2012, o envelhecimento é um triunfo do desenvolvimento. “O aumento da longevidade é uma das maiores conquistas da humanidade. As pessoas vivem mais em razão de melhorias na nutrição, nas condições sanitárias, nos avanços da medicina, nos cuidados com a saúde, no ensino e no bem estar econômico. Mas ainda apresentam desafios sociais, econômicos e culturais, para indivíduos, famílias e sociedades”, destaca a publicação.
De acordo com Helen Arruda Guimarães, geriatra e técnica do Programa de Saúde do Idoso, da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau/AL), esse fenômeno é conhecido como Feminilização da Velhice. Os dados apresentados, segundo a especialista, são reflexos de vários fatores: “elas se expõem menos às causas externas como, também, ficam viúvas mais cedo, e isso contribui para que essa estatística de vida seja um pouco maior entre homens e mulheres”, disse.
Esses anos a mais na fase idosa da mulher influenciam a existência de inúmeras doenças que debilitam sua condição de saúde e de convivência social. São as chamadas demências (Alzheimer), doenças degenerativas, problemas cardiovasculares, entre outras.
“Anteriormente, as mulheres se aposentavam e viviam em casa, cuidando da família. Hoje, elas se aposentam e continuam com uma vida extremamente ativa, e isso possibilitou um aumento considerável nos anos de vida que elas conquistam a mais”, explicou a Helen Arruda.
Para viver mais e com qualidade de vida, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu quatro pilares do envelhecimento ativo: saúde, segurança, participação social e educação. “Como a população está envelhecendo também há estímulos para que esse envelhecimento seja com qualidade”, completou a geriatra.
A especialista afirma que as mulheres idosas têm procurado gerenciar o tempo livre, com a inserção no mercado de trabalho, mesmo após a aposentadoria; envolvimento com trabalhos voluntários e participação em grupos de convivência (cerca de 90% das pessoas que participam dessas ações são mulheres).
Já para a manutenção da funcionalidade da saúde, a geriatra alerta para algumas ações importantes: atividade física regular, alimentação saudável, controle dos fatores de estresse, otimização dos pensamentos, dormir bem, fazer os exames de prevenção regularmente e o acompanhamento clínico. “Tudo isso irá contribuir para um envelhecimento com mais saúde”, destacou Helen Arruda.
A geriatra diz ainda que a mudança de mentalidade das mulheres nos últimos 20 anos faz uma grande diferença para o envelhecimento com qualidade. “Elas perceberam que podem viver mais e melhor. Elas viajam, dançam, fazem atividades físicas, têm vaidade com o corpo, e estão incluídas digitalmente: conversam pelo Skype, Facebook, Whatsapp, enfim, elas dominam a internet”, completou.

Dados

Em 2014 o Ministério da Saúde lançou as diretrizes para o cuidado das pessoas idosas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), propondo um modelo de atenção integral para esse público. A característica do envelhecimento para o brasileiro destaca que a população é composta por 201,5 milhões de pessoas, sendo 26 milhões de pessoas idosas, correspondendo a 13 da população total (dados de 2013). A expectativa média de vida é de 74,6 anos em 2012: sendo 77,7 anos para mulheres e 70,6 para os homens (IBGE)