Política
Órgãos sociais defendem engajamento estudantil nas políticas públicas de saúde


Ela destacou ainda que os jovens têm se engajado em bandeiras libertárias, como liberdade de expressão e respeito às diferentes orientações sexuais, mas é preciso maior participação na defesa de direitos sociais
A participação dos estudantes na formulação e implementação de políticas públicas de saúde foi defendida hoje (3) pelo Conselho Nacional de Saúde e pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), na 9ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), que promoveu um painel sobre Educação, Saúde e Desenvolvimento: a Juventude por Mudanças na Saúde do Brasil para Cuidar Bem das Pessoas.
A presidenta do Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro de Souza, pediu que os jovens se interessem pelos conselhos de saúde e ajudem a fortalecê-los, de modo a torná-los ambientes legítimos para o atendimento das necessidades da sociedade. Caso contrário, disse ela, “outras instituições vão decidir por nós”.
Ela destacou ainda que os jovens têm se engajado em bandeiras libertárias, como liberdade de expressão e respeito às diferentes orientações sexuais, mas é preciso maior participação na defesa de direitos sociais. “Queremos que o jovem também defenda o Sistema Único de Saúde (SUS), os direitos e políticas sociais. O Estado tem que assumir essas funções, se não, vamos cada vez mais depender do mercado”, acrescentou.
Maria do Socorro disse que o jovem precisa participar da “batalha simbólica para estabelecer uma agenda positiva de discussão do SUS”. Segmento que, na visão dela, vem sofrendo ataques de setores interessados em desmoralizá-lo, em favor da saúde privada. “Há um interesse muito grande de atacar o SUS. O interesse não é atacar para fazer a defesa da qualidade, e sim, atacar para que o mercado abarque mais espaço”, enfatizou.
A pesquisadora Lígia Bahia, que representou a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) no debate, argumentou que a participação do jovem pode ser fundamental na discussão da política de drogas, na luta antimanicomial e na defesa do parto normal. “Os jovens são muito críticos, e acompanham o seus parentes nos serviços de saúde. Eles poderiam participar mais do processo de controle e de fiscalização da qualidade”, comentou.
Lígia lembrou que parte dos jovens está se formando em áreas de saúde, e precisam trabalhar também a solidariedade com usuários da saúde pública. “Esses jovens, que serão futuros profissionais, precisam muito lutar pela possibilidade de ter uma carreira pública e um sistema mais justo”.
Coordenadora da bienal, a diretora Cultural da UNE, Patrícia de Matos, disse que o evento é mais um espaço para que os jovens reflitam e defendam direitos adquiridos, mas ressaltou que é preciso ir além dos espaços institucionalizados. “Institucional ou não, todo espaço pode ser de reflexão. A bienal é um espaço para que a gente reflita e lute. A universidade é um espaço, e a praça também é”, disse ela, e adiantou que defende o engajamento dos movimentos sociais na discussão e formulação de políticas públicas.
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