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Ministério Público sustenta tese de homicídio qualificado e Júri condena Saulo da Bananeira a 22 anos de prisão

16/12/2014
Ministério Público sustenta tese de homicídio qualificado e Júri condena Saulo da Bananeira a 22 anos de prisão

  marta  O julgamento durou quase 15 horas, mas, após ser anunciado o seu resultado, o Ministério Público saiu do Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes com o sentimento de dever cumprido. O empresário Saulo Almeida da Silva, mais conhecido como Saulo da Bananeira, foi condenado a 22 anos e três meses de prisão em regime fechado pela prática do crime de homicídio duplamente qualificado. Ele foi acusado de assassinar o cunhado, Alisson Ferro, em dezembro de 2011, em Arapiraca. Agora, o MPE/AL estuda a possibilidade de interpor recurso pedindo o aumento da pena aplicada ao réu.
Durante a sustentação oral no julgamento, a promotora de Justiça Marta Bueno argumentou que o acusado Saulo Almeida agiu com violência contra a ex-esposa, expulsando-a de casa e que, depois disso, ela pediu socorro ao irmão, Alisson Ferro. “Quando a vítima chegou à residência do casal, foi recebida com tiros. O Alisson sequer teve a oportunidade de reagir a agressão. Foi assassinado sem a chance de esboçar qualquer tipo de reação de defesa e essa foi uma das qualificadoras sustentadas pela Promotoria de Justiça. O segundo agravante foi motivo cruel”, alegou ela.
“Foram horas de debates e, em todos os momentos, demonstramos que a tese de legítima defesa, sustentada pelo advogado do réu, não poderia ser acatada pelo Conselho de Sentença. Se o acusado queria apenas se defender, não precisava ter disparado 11 tiros contra a vítima. Além disso, ele sequer levou em consideração o fato de três crianças estarem dentro de casa, inclusive, dois filhos dele. Enfim, após o anúncio do veredicto, deixamos o fórum com a sensação de que a justiça foi feita. Foi possível ver um certo alívio na família do Alisson e isso nos conforta, afinal, aquelas pessoas depositaram confiança e esperança em nosso trabalho”, declarou Marta Bueno.

    Recurso

Mesmo tendo sido condenado a 22 anos e três meses de prisão, o Ministério Público ainda defendia pena maior para Saulo Almeida. “Temos cinco dias para avaliar e decidir se vamos interpor um recurso pedindo a pena máxima para o réu. Até o dia 19 eu decido”, informou a promotora de Justiça.
Alisson Ferro foi assassinado no dia 10 de dezembro de 2011, dentro da casa da irmã. Em 31 de janeiro de 2012, o promotor de Justiça José Alves apresentou denúncia contra Saulo Almeida. O julgamento deveria ter ocorrido em Arapiraca, município onde aconteceu o homicídio, entretanto, por conta do poder econômico da família do réu, o Ministério Público pediu o seu desaforamento para a capital.
Desde a época do crime, a mãe da vítima, Lianarde Nunes Ferro, precisou mudar de estado porque passou a receber ameaças anônimas.