Política
Executiva do PT indica agenda positiva no 2º governo Dilma
Oposicionistas do Partido dos Trabalhadores (PT) pregaram durante as eleições deste ano que a sigla deveria ser derrotada por estar distante de preceitos básicos que a acompanharam, e que foram se perdendo desde o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Ainda que vitoriosos, os petistas parecem terem entendido o recado e sabem o que fazer. A questão é: eles farão? E muito passa pela presidente reeleita Dilma Rousseff.
A executiva nacional do PT realizou nesta segunda-feira (3) a sua primeira reunião pós-eleições e procurou mostrar que está ciente do rumo que é preciso tomar – ou melhor, retomar – se quiser garantir uma mínima governabilidade pelos próximos quatro anos. A resolução do encontro, de nove páginas, mostra que o partido aposta em duas frentes principais: a reforma política e a democratização da mídia.
O primeiro ponto parece ser o mais crível, já que é uma demanda de toda a sociedade, de aliados a oposicionistas. A discussão pelos próximos meses deverá repousar no formato em que isso se dará. O segundo é um sonho antigo do partido, e deve enfrentar muito mais resistência – nem mesmo Dilma abraçou fortemente a ideia de regulamentar a mídia no País. Aliás, um maior diálogo com a presidente é uma demanda comum no PT.
A falta de tino e articulação política de Dilma, somada a sua insistência em tomar decisões de maneira isolada – pontos muito bem descritos em perfil feito pela revista Piauí – são obstáculos a serem vencidos pelo próprio PT. A presença da presidente na próxima reunião do diretório nacional, nos dias 28 e 29 de novembro, é vista como caminho para aparar as arestas daquilo que não funcionou no primeiro mandato de Dilma.
“Quando a gente fala em ampliar o diálogo, é também reforçar o papel do PT no governo. Vamos ter a reunião do diretório e convidamos a presidente Dilma. Agora, já está melhorando. A presidente Dilma já deu ao nosso presidente [Rui Falcão] status maior para participar do governo. Então, é só aprimorar e lubrificar um pouco mais esses esforços”, afirmou ao G1 o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
Economia e ‘calafrios’
Os petistas sabem que a questão econômica precisa ser vista com máxima urgência também. Um integrante da executiva, que pediu anonimato, afirmou à Agência Reuters que esse tema foi o que tomou maior tempo das discussões. “Foi um ano muito sofrível com o Guido (Mantega) na Fazenda. Temos que recuperar a credibilidade da política econômica, com o mercado e com os aliados. O ambiente está bem deteriorado”, analisou.
Os caciques do PT ainda definiram que o partido deve oferecer um nome para disputar a presidência da Câmara dos Deputados, embora o parlamentar em questão ainda não tenha sido definido, segundo publicou o jornal Folha de S. Paulo. Ele terá uma provável disputa com o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nome que dá calafrios nos petistas, que sofreram com a liderança dele sobre os “descontentes” no primeiro semestre deste ano.
Para os setores progressistas da sociedade brasileira, o PT sinalizou que pretende levar adiante demandas sustentadas com mais propriedade por outros partidos de esquerda, como a criminalização da homofobia e a desmilitarização das polícias no Brasil. “O PT precisa estar à altura dos desafios deste novo período histórico”, diz a resolução, já em sua parte final do texto. A sinalização pela necessidade de renovação existe.
Resta pôr em prática, outro grande desafio com base em uma Câmara mais conservadora e muita desconfiança até mesmo entre aliados.
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