A superintendente substituta do Incra, Alessandra Costa, o superintendente regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Ivan Craveiro, O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho e secretários de estado  participaram, na última quarta-feira (22), no município de Delmiro Gouveia, no Sertão alagoano, da apresentação dos primeiros projetos para o aproveitamento hidroagrícola do Canal do Sertão a agricultores assentados do município.
Os projetos foram apresentados aos trabalhadores dos assentamentos Maria Cristina e Moxotó das Areias que, em uma metodologia piloto, participaram da elaboração dos planos em conjunto com a empresa contratada pela Codevasf. Após essa etapa, em que houve a apresentação e discussão, os projetos entram em fase de licitação e, em um prazo previsto de oito meses, os chamados “quintais produtivos” desses agricultores começam a receber a insfraestrutura de abastecimento de água para consumo e irrigação.
A coordenação e apresentação dos projetos, que integram o Plano de Desenvolvimento Hidroagrícola das Comunidades Rurais Difusas da Área de Abrangência do Canal do Sertão Alagoano, foram feitas feita pelo diretor de Revitalização de Bacias Hidrográficas da Codevasf, Eduardo Motta, que destaca a metodologia do desenvolvimento de forma participativa. “Não é possível trabalhar sem a participação dos beneficiários, desde a exposição dos planos a elaboração dos projetos estamos trabalhando com um modelo inédito de desenvolvimento regional com inclusão social e produtiva”, afirmou Motta.
Para a superintendente substituta do Incra em Alagoas, Alessandra Costa, trata-se de um momento histórico, quando o Estado brasileiro torna universal o acesso à água e faz o Canal do Sertão cumprir sua função social. “O projeto garante condição de vida, com a água para o consumo, além de garantir a produção do agricultor assentado e sua permanência no campo”, acrescentou.
Para Débora Nunes, coordenadora nacional do MST, os projetos complementam os processos de reforma agrária ao dotar os assentamentos de infraestrutura. “A reforma agrária não passa apenas pela distribuição de terra, mas também são necessárias as condições estruturais para que as famílias possam viver e produzir”.
Essas são as primeiras comunidades beneficiadas com a finalização dos projetos de abastecimento de água, de um total de 102, entre assentamentos, agrovilas e povoados ao longo do Canal, nos municípios de Delmiro Gouveia, Pariconha e Água Branca. O investimento é de cerca de R$ 1,8 milhão.

    Canal do Sertão

O Canal do Sertão alagoano teve seu estudo básico, ambiental, de viabilidade e executivo realizado em 1995, quando foi firmado convênio entre Governo Estadual e Codevasf. A obra tem uma extensão de 287 km e terá 35 municípios em sua área de influência, beneficiando mais de 1 milhão de habitantes. A primeira e a segunda etapa da obra foram entregues em 2013, com 65 km de extensão.