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Entrevista com o comandante-geral da PM, coronel Marcus Vinícius

15/10/2014
Entrevista com o comandante-geral da PM, coronel Marcus Vinícius
Comandante-geral da PM, coronel Marcus Vinícius

Comandante-geral da PM, coronel Marcus Vinícius

    Comedido em suas palavras, mas com a convicção das ações que pretende desenvolver à frente da corporação, o comandante-geral da PMAL, coronel Marcus Vinícius Ferreira Gomes detém largo conhecimento técnico sobre projetos em segurança pública. Essa gama de conhecimentos ganhará vida na corporação através da implementação de uma gestão voltada para o planejamento estratégico e, sobretudo aberta ao diálogo com a tropa e à valorização dos policiais militares.

Ascom: Como o senhor concebe hoje a Polícia Militar de Alagoas?

Cel: Uma instituição que tem um futuro brilhante, por que a cada dia ela está se redescobrindo. Às vezes enfrenta momentos difíceis, às vezes imagina que não vai ser tão valorizada pela sociedade como ela deseja. Mas, já começa a se reencontrar e percebe que seu futuro vai ser brilhante.

Ascom: Que avaliação o senhor faz hoje da nossa tropa?

Cel: É uma tropa que finalmente está reconhecendo seu valor; está percebendo que o Alto Comando olha por ela; está percebendo que existe uma preocupação com o diálogo e está acreditando no seu próprio futuro.

Ascom: Enquanto esteve na Seds, o senhor esteve sempre à frente das estratégias visando a implantação de políticas na área de segurança pública. Dentro do que já foi discutido o que foi implantado e o que poderá ser implementado agora na sua gestão?

Cel: O mais importante foram as ações que refletem na vida do policial. Vida no sentido de não morrer em combate e preserva-se e se antecipar aos fatos que são tão comuns no enfrentamento contra o crime. No entanto, o maior projeto que a gente tem é a radiocomunicação digital. Foram dez longos anos desenvolvendo esse projeto, orçado em R$ 10 milhões, e que será implantado no novo governo estadual, em 2015. Isso vai permitir ao nosso policial uma comunicação em que os infratores não copiarão, e que trará maior segurança em suas lidas diárias. Outro projeto que era um sonho e que a gente já conseguiu realizar foi reestruturar o Centro de Assistência Social (CAS), que é a área em que o policial coloca suas demandas sociais, psicológicas, e de saúde.

Ascom: Em sua gestão haverá alguma área priorizada ou haverá ações segmentadas?

Cel: Para o policial e para a sociedade. Tudo o que fazemos é para esses dois eixos. No tocante ao policial é dar continuidade ao que o coronel Pinheiro iniciou tão bem que é resgatar o brio do policial e manter a sua valorização, e na sociedade é decorrente, é a preocupação que nós temos em colocar o policial no lugar certo e na hora certa. Investir nessa inteligência para que a sociedade tenha resultados melhores.

Ascom: E quanto ao diálogo com a tropa, como isso será estabelecido institucionalmente?

Cel: Tudo em nosso comando será em volta da simplicidade, que é a melhor qualidade de um ser humano. Olho no olho. Sem dispersar ideias, de forma direta. E a nossa estratégia é alternar os encontros de dois mundos: com as nossas associações que representam os nossos policiais militares e o mundo externo com as entidades que direto ou indiretamente trabalham conosco, a exemplo da OAB/AL, Conselho Estadual de Segurança, Ministério Público Estadual, Tribunal de Justiça. E assim pretendemos numa estratégia simples alternar esses encontros, fazendo, por exemplo, um encontro com associação, e em seguida um encontro com uma representação da sociedade civil. É essa visão que queremos deixar claro do que pretendemos fazer.

Ascom: Num futuro não muito distante, como o senhor pretende ver a nossa corporação?

Cel: Na verdade eu já estou vendo. Ontem (13) tivemos uma reunião longa, nos preparando para dar o primeiro passo. Estou surpreso com a rapidez já com os resultados da proposta de tornar verdadeiras as falas de cada um para cada um. Não haver dúvidas nas nossas opiniões e o principal: todos entenderem de braços dados que o caminho é um só. Pessoas diferentes e visões diferentes somam-se e trazem o melhor.

Ascom: Então, podemos vislumbrar uma gestão democrática…

Cel: Sem dúvida. A foto que registra os coronéis do Alto Comando, em um abraço simbólico (feita na primeira reunião), traduz nossa visão de gestão. Vamos continuar trabalhando que Deus está nos guiando.